Uma raia amazônica, conhecida como raia-tigre, foi reconhecida oficialmente como uma nova espécie. A Potamotrygon tigrina, nome dado a este peixe de água doce, está intimamente relacionada à Potamotrygon schroederi, encontrada no Rio Negro (Brasil) e no Rio Orinoco (Venezuela, Colômbia).
Ambas as espécies são muito semelhantes em proporções e contagens, e compartilham características que reforçam a hipótese de que elas sejam derivadas da mesma família. Algumas similaridades são: morfologia angular cartilaginosa, cor da cauda distal, padrão da espinha dorsal da cauda e sistema de linha lateral ventral.
A nova espécie foi encontrada no Rio Nanay, na bacia do alto rio Amazonas, Peru. A Potamotrygon tigrina, é facilmente distinguida dos demais congêneres por sua coloração conspícua do disco dorsal, composto de amarelo para o laranja, fortemente entrelaçados com um marrom-escuro com fundo preto.
Por mais de uma década, os comerciantes de aquários na parte mais alta da Bacia Hidrográfica Amazônica do Peru têm capturado os peixes de água doce, recentemente oficializado como Potamotrygon tigrina, nome inspirado em sua coloração laranja-preto e a cauda em faixas.
Com até 80 centímetros de largura, a espécie é distinta de outras raias com base, entre outras características, no padrão de cores e as espinhas dorsais na sua cauda que são menores e não tão estreitamente agrupadas como as de seus parentes.
"É uma das mais belas espécies", disse Marcelo de Carvalho, zoólogo da Universidade de São Paulo (USP), que desenvolveu um novo estudo sobre a raia-tigre. O porquê da P. tigrina ser tão marcante em sua coloração em comparação ao marrom brando e “bronzeado” das outras raias ainda é um mistério, acrescentou Carvalho. Por exemplo, as listras poderiam ser uma coloração de advertência, embora as raias de água doce da Amazônia, em sua maioria, terem poucos predadores, à exceção do crocodilo.
Em geral não se sabe praticamente nada sobre a raia-tigre, de fato, os comerciantes dos aquários que capturam-na na natureza ou as reproduzem em cativeiro, provavelmente, sabem muito mais sobre a biologia do que a maioria dos cientistas, conforme explica o especialista. A P. tigrina é um dos animais de estimação mais comuns na Ásia, especialmente Japão e China.
Dar ao animal uma espécie de classificação formal "é o primeiro passo na compreensão de como nós podemos regular este recurso", disse Carvalho. Como a espécie ainda é pouco estudada, não se sabe ainda sobre a conservação da espécie.
Fonte: Ciclo Vivo
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