Os animais mais mortais do mundo

Para refletir um pouco...


Os Peixes

Será que sabemos bem o que é um peixe?
            Os animais que comumente denominamos de peixes representam mais da metade de todos os vertebrados atuais. Existem cerca de 30.000 espécies, as quais exibem uma grande variedade de formas e habitam praticamente todos os tipos de ambientes aquáticos. Do ponto de vista da biologia, eles apresentam, entre outras coisas, uma grande diversidade de comportamentos, de modos de alimentação e de reprodução. Os peixes representam uma importante fonte de alimento para muitas nações.
            Os peixes são vertebrados sem pernas, exclusivamente aquáticos e não controlam sua temperatura corpórea. É um animal que respira através de brânquias (“guelras”) e se locomove por meio de nadadeiras (“barbatanas”).

(...) É um sistema sensorial exclusivo, ausente em praticamente todos os mamíferos. Chama-se linha lateral, pois sua localização é na parte lateral do corpo do peixe. (...) É composta por canais existentes na pele, ou poros nas escamas, por onde entra a água. Dentro deles existem órgãos sensores que, quando a água passa, detectam mudanças na pressão ou na corrente marítima. Com isso, o peixe pode, por exemplo, perceber quando um inimigo de grande porte se aproxima, pela turbulência causada.

Os peixes são divididos em 3 grandes grupos:

Agnatha: Peixes sem mandíbula e cartilaginosos como a lampreia.


     Chondrichthye (peixes cartilaginoso): São peixes que possuem seu esqueleto feito de cartilagem fracamente calcificada e pele revestida por escamas placóides. São predadores. Sua a mandíbula é móvel, ou seja, estes animais projetam a mandíbula superior para fora do crânio, ampliando a envergadura da dentada. Apresentam dentes de substituição, que se desenvolvem continuamente em fileiras atrás dos dentes funcionais e movem-se para frente substituindo aqueles que foram perdidos. Não possuem bexiga natatória (órgão presente nos peixes ósseos que permite a flutuação), por isso a maioria das espécies fica em constante movimento para não afundar; enquanto as espécies que não nadam ficam apoiadas no fundo do mar. O fígado secreta um óleo que auxilia nessa compensação, ocupando mais ou menos 20% do peso do corpo. Apresentam espiráculos que igualam as pressões interna e externa. Os membros mais conhecidos dessa classe são os tubarões e as raias.


SUBCLASSE ELASMOBRANCHII

Constitui o grupo mais diversificado dos peixes cartilaginosos, reunindo cerca de 1000 espécies recentes de tubarões e raias. A maioria dos elasmobrânquios é marinha, de áreas rasas em regiões tropicais. A fecundação é feita internamente, através de um órgão encontrado nos machos, denominado clásper. Este órgão é derivado da nadadeira pélvica. A maioria dos elasmobrânquios apresenta cinco fendas branquiais, embora este número possa chegar a sete.

Os Tubarões:
Tubarão é o nome comum de cerca de 250 espécies de peixes pertencentes a diversas famílias. Distingue-se pela forma afunilada do corpo, pelo focinho pontudo e pela forma dos dentes, triangulares e cortantes, dispostos em fileiras na boca. Os tamanhos variam segundo a espécie: o tubarão-baleia (Rhincodon typus) é um dos maiores vertebrados vivos, com até quinze metros de comprimento, mas há cações de pequeno porte, como o cação-bagre (Squalus cubensis), comum no litoral brasileiro, de apenas meio metro. O tubarão branco é o maior predador marinho do planeta, chegando, em media, a duas toneladas e até oito metros de comprimento.
Na localização da presa, o olfato parece ser o mais importante instrumento. A visão do tubarão pode ser adaptada para distâncias curtas ou longas e distingue mais os reflexos do que as cores. Pequenos órgãos distribuídos por toda a superfície da cabeça, denominados órgãos ou ampolas de Lorenzini, constituem um verdadeiro sistema de radar, com o qual o tubarão registra as ondas magnéticas e sonoras provocadas pelo movimento, mesmo a grande distância.

Mas afinal, por que protegê-los?
            Apesar de todo o seu tamanho, força e ferocidade, muitos tubarões estão sendo ameaçados de extinção. Eles têm uma das mais baixas taxas de procriação entre os peixes e são caçados sem piedade para alimentação (comercialmente conhecidos como cação) e por suas valiosas barbatanas, principalmente no oriente. Além disso, como predador, os tubarões têm importante papel no equilíbrio ambiental, controlando as populações de suas presas, já que é um predador de topo de cadeia trófica.


As Raias:
Apresentam um corpo deprimido dorso-ventralmente, nadadeiras peitorais muito largas e delgadas, dando aspecto discóide a estes peixes. A cauda é normalmente longa e afilada, com a aparência de um chicote; muitas espécies possuem ferrões na cauda, utilizados contra predadores e agressores. Seus dentes formam placas funcionais para triturar os animais presentes no sedimento como crustáceos e moluscos, da qual a mesma se alimenta.

As arraias, que vivem tanto no mar quanto em rios, são mansas e só atacam quando se sentem ameaçadas. Foi o que aconteceu com a que matou o apresentador de TV australiano Steve Irwin, “o caçador de crocodilos”, em setembro. Apesar de a polícia não ter liberado o vídeo que Steve fazia quando morreu, há relatos de que a arraia de ferrão se assustou com a presença dele e do cinegrafista. O apresentador nadava acima dela e o cinegrafista por baixo. Encurralada, a arraia atingiu-o no peito com seu ferrão. Steve, ferido no coração, morreu na hora. “Não dá para saber exatamente qual a espécie que atacou Irwin, mas todas elas agem de maneira semelhante”, afirma o zoólogo Hugo Ricardo Santos, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Existem 39 espécies de arraias com ferrão – ele equipa todos os peixes com a aparência clássica de uma arraia, chata e com cauda em forma de chicote. Esses animais são encontrados em toda a costa brasileira e na maioria de nossos rios.
A vítima da ferroada sente uma dor aguda e sofre um ferimento de cicatrização difícil, de conseqüências como necroses (morte de tecidos) ou problemas cardiorrespiratórios. Ainda assim, acidentes fatais com humanos são bastante raros – é preciso que um órgão vital seja atingido ou que a pessoa seja muito sensível à peçonha.
            Assim, é bom ficar longe delas. Evite nadar quando a maré está baixa (e elas ficam mais expostas). Lugares com lama e com poucas ondas são alguns dos prediletos das arraias. Pescadores e ribeirinhos, vítimas comuns desses animais, costumam dar outra dica: ao entrar na água, não dê passos largos – arraste os pés para avisar a arraia, que tem tempo de fugir sem que ninguém saia ferido.

Elas podem ferrar você?
Acidentes com arraias raramente são fatais - mas são sempre dolorosos

Chicote natural: O ferrão é um espinho achatado, semelhante a uma lança, que as arraias têm na cauda - dotada também de uma musculatura forte o bastante para dar “chicotadas” em potenciais inimigos.

Rabo engatilhado: O peixe aciona sua arma quando se sente ameaçado - geralmente por predadores como o tubarão, mas também por pisões acidentais. O ferrão se eleva e fica em posição oblíqua em relação à cauda para facilitar o disparo.

Como uma serra: O exterior do ferrão da arraia é rígido e tem um serrilhado semelhante ao de uma faca de cortar pão. Se ele penetrar na carne, as serrilhas reversas (como pontas de flechas) vão dilacerar o tecido ao sair.

Arma química: O interior do ferrão é equipado com glândulas de peçonha: injetada na vítima, a substância pode causar dores, taquicardia, vômitos e diarréia, entre outros sintomas.

Algo mais
Nem todas as arraias são inofensivas, como as jamantas. As elétricas, com apenas 50 centímetros da ponta de uma nadadeira à outra, dão choques de até 200 volts. O objetivo é afastar predadores ou capturar presas. A eletricidade sai de dois músculos, um de cada lado do corpo do animal.


Diferenças entre tubarões e raias: São apenas variações morfológicas.

TUBARÕES
RAIAS
Corpo Fusiforme
Corpo Achatado
5 a 7 pares de fendas branquiais situadas na região lateral da cabeça
5 a 7 pares de fendas branquiais situadas na região ventral da cabeça
Nadadeiras peitorais estreitas, bem destacadas do corpo e não fundidas à cabeça
Nadadeiras peitorais largas, bem desenvolvidas e fundidas à cabeça

      Osteichthyes (peixes ósseos):
Constitui um grupo de mais de 25.000 espécies atuais, que apresentam as mais variadas formas e tamanhos e exploram praticamente todos os tipos de ambientes aquáticos, marinhos e de água doce. Alguns exemplos de peixes ósseos são os atuns, meros, linguados, sardinhas e tainhas.
Estes peixes são estruturalmente notáveis pelo esqueleto ósseo, com finas e flexíveis escamas dérmicas. A nadadeira caudal tem um suporte esquelético e sua forma varia grandemente de acordo com o hábito dos peixes. Apresentam a bexiga natatória, que auxilia na flutuabilidade através do acúmulo de alguns gases do sangue em seu interior e, além desta função, pode também assemelhar-se a pulmões em alguns peixes ósseos, onde certas espécies tem estruturas acessórias que lhes permitem respirar em águas rasas e sujas. Apresentam opérculo, um mecanismo de contracorrente que aumenta a eficiência respiratória. Na maioria dos peixes ósseos a fecundação é externa.


Sobre os peixes de água doce e salgada

            No ano de 2011 estão formalmente descritas 31.900 espécies de peixes. Destas, 58% são de água salgada, 41% são de água doce e apenas 1% ocorre nos dois ambientes. Como o volume de água doce no planeta é muito menor que o de água oceânica, pode-se dizer que a diversidade de peixes é proporcionalmente maior nos rios e lagos do que no mar.
            Nos rios e lagos do Brasil existem mais espécies de peixes que naqueles da Europa e América do Norte somados. Estima-se que, dentre as que habitam nossos rios, 90% pertencem aos grupos dos lambaris, pintados, dourados, jaús e cascudos. A biodiversidade dos rios brasileiros é a “campeã” do planeta. O Brasil é o país com a maior quantidade de peixes de água doce do mundo.
            Os peixes de água doce possuem peculiaridades próprias. Por exemplo: são altamente adaptáveis e resistentes a qualidades e temperaturas da água, além de tolerarem os mais variados locais. Já os peixes marinhos precisam de um ambiente mais estável e são pouco tolerantes às alterações nos parâmetros físico/químicos da água.

Não, eles morrem. Os líquidos que circulam no corpo dos peixes de água salgada têm aproximadamente a mesma proporção de sais que a água do mar. "Mas se o peixe for colocado em água doce, essa concentração será maior em seu corpo do que no ambiente", diz o biólogo Naércio Aquino Menezes, do Museu de Zoologia da USP. Como os corpos tendem a estar sempre em equilíbrio, o peixe acabará absorvendo mais água por osmose e não terá como eliminá-la, por causa de seu rim pouco desenvolvido. Ele inchará, podendo até explodir. O oposto acontece com um peixe de água doce colocado no mar. A concentração de sais em seu organismo será bem menor que a do ambiente e ele perderá líquido até ficar desidratado. Mas existem espécies que suportam por mais tempo essa mudança de ambiente - como a tainha, que vive em lagos onde a salinidade varia muito.

Fonte: Adaptação de Sabina Wiki

Poluição Marinha

                A poluição marinha é definida oficialmente como “a introdução pelo homem, direta ou indiretamente, de substâncias ou energias no meio marinho que resultam em efeitos deletérios como prejuízo aos recursos vivos; prejuízo à saúde humana; dificuldade das atividades marítimas, inclusive a pesca; impedimento da utilização da água para os fins adequados e redução das amenidades”.
            Os oceanos sofrem fortes pressões, como o sustento das indústrias pesqueiras, o lazer e recreação, além de receberem lixo e esgoto da humanidade.
Existe uma superestimação da capacidade do mar em absorver poluentes e lixo. Essa capacidade é, porém, limitada.
            Atualmente, 50% da população mundial está localizada em cidades costeiras ou em regiões próximas. Os lixos nas praias causam sérios danos sobre o ambiente. Os produtos descartados atualmente são constituídos por materiais sintéticos, que podem permanecer no ambiente por muitos anos. Muitos animais marinhos morrem por causa do lixo. Ao jogar lixo em local inadequado pode-se estar contribuindo para o aumento do volume do lixo marinho. O lixo lançado a quilômetros da costa pode converter-se em lixo marinho ao ser transportado por rios ou pelo esgoto.

Tipos de poluição marinha:
    Lixo marinho: todos os restos introduzidos no ambiente marinho como resultado da manipulação ou eliminação descuidada. Flutuar e ser transportado pela água são fatores que facilmente convertem o lixo em lixo marinho. Elementos encontrados com grande freqüência no mar: bitucas de cigarro; pedaços de plástico; pedaços de espuma; sacos plásticos; pedaços de papel; pedaços de vidro; tampas de plástico; latas de bebida; garrafa de vidro; canudinhos de plástico; garrafas de plástico; copos de plástico.


       Derrame de óleo: o petróleo derramado no mar constitui um tipo de poluição importante e preocupante em escala mundial. Tendo em conta que 1/5 da produção provém de jazidas minerais em alto mar e que ocorrem acidentes durante a extração e o transporte de hidrocarbonetos. Estima-se que todos os anos sejam introduzidos nos oceanos, através da ação humana, seis milhões de toneladas de hidrocarbonetos, o que representa uma das causas principais da poluição dos oceanos. Esta poluição tem conseqüências nocivas sobre os recursos vivos, constatando-se uma diminuição do nível de atividade fotossintética das algas e do fitoplâncton.

FFonte: Sabina Wiki

Ecossistemas Marinhos - Recife de Coral

         Os recifes de coral são ecossistemas extremamente antigos, frágeis e muito ricos em biodiversidade. Ocupam 1% do volume oceânico e, no entanto, abrigam cerca de ¾ da comunidade oceânica. Sua conservação é condição indispensável para a sobrevivência deste grande número de animais marinhos.
              A parte viva do coral é apenas a camada superficial e a restante (a parte branca e dura) é o “esqueleto” dessa colônia. Para que seu desenvolvimento seja possível, são necessárias temperaturas relativamente altas, em torno de 25ºC, águas transparentes (com pouco material em suspensão), e devem se desenvolver próximos à superfície devido à sua necessidade de luz para realização de fotossíntese.
         Uma associação simbiótica entre um animal sedentário (cnidário) e um vegetal fotossintetizante (micro-alga), fornece a base para as maiores construções já realizadas pelos seres vivos sobre o planeta. Um exemplo marcante é Grande Barreira de Coral da Austrália. A pequena alga fotossintetizante fornece boa parte do alimento para o coral, enquanto recebe proteção e nutrientes do mesmo.
            Assim, os dois coexistem há milhões de anos, construindo formações que abrigam diversas formas de vida e criando uma verdadeira floresta submarina, com biodiversidade comparável à das florestas tropicais, com uma riqueza de cor e de vida inigualáveis, proporcionando proteção, abrigo e fonte de alimentação. É nos recifes de coral que encontramos os animais mais coloridos, com cores vibrantes. Ali eles encontram lugares para se refugiar, se abrigar, podendo, com certa comodidade, exibir sua beleza. Qualquer distúrbio em seu ambiente pode frear seu crescimento e matar muitas outras formas de vida que deles dependem, direta ou indiretamente.
            Existem três tipos principais de recifes de corais:

Recife em franja: formando-se a partir da linha de costa e crescendo em direção ao oceano;

Recife de barreira: também margeiam o litoral, mas a uma distância da costa, separados da massa continental por um canal ou lagoa que podem apresentar grandes profundidades;

Atol: geralmente tem forma circular ou oval com uma lagoa central, partes do recife podem emergir formando ilhas que são interrompidas por quebras do recife que permitem acesso para a lagoa central.

Existe ainda a possibilidade de um recife em franja que forma-se ao redor de uma ilha vulcânica submergir, e ao mesmo tempo continuar crescendo, onde  progride para um recife em barreira e posteriormente para um atol.       

            A principal razão pela qual não há grande ocorrência de recifes de coral no litoral do Brasil é a turgidez das águas costeiras, fruto da imensa carga de sedimentos carregados para a costa por inúmeros e extensos rios. Mesmo assim, no litoral brasileiro existem algumas formações coralinas, entre as quais se destacam: Abrolhos, Atol das Rocas e Parcel Manoel Luís, todas na região nordeste.
            Em muitas partes do mundo, a principal causa de destruição dos recifes de coral está ligada à acentuada erosão continental causada pelo desmatamento. Recentemente, constatou-se uma nova ameaça aos recifes de coral, o “bleaching” ou embranquecimento, que parece estar relacionado ao efeito estufa e, conseqüentemente, ao aumento da temperatura do planeta e dos mares. Além dessas, outras causas da destruição dos recifes de coral são: a extração dos mesmos para a confecção de joias, calcário, decoração e aquariofilia; a pesca predatória e a poluição das águas. 

Fonte: Adaptação de Sabina Wiki

Ecossistemas Marinhos - Mar Profundo

Esse termo se refere às regiões compreendidas entre o limite da quebra da plataforma e as grandes fossas oceânicas. As seguintes regiões oceânicas fazem parte do mar profundo:

Zona Batial (talude continental, de 0,2 à 2 Km de profundidade);

Zona Abissal (planícies abissais, de 2 à 6 Km de profundidade);

Zona Hadal (fossas oceânicas, de 6 à 11 Km de profundidade).

São ambientes escuros que possuem baixas temperaturas (raramente superiores à 4ºC), submetidos a altas pressões e normalmente apresentam pouca matéria orgânica. As propriedades da água neste local tendem a ser mantidas constantes
As zonas profundas do oceano são escuras porque a luz não possui boa penetração no meio aquático. A escassa produção primária faz com que as cadeias alimentares em regiões profundas sejam de baixa energia, baseadas principalmente em matéria orgânica e bactérias providas dos sedimentos finos que afundam da coluna d’água.
Quem acha que vive sob pressão precisa conhecer o Anoplogaster cornuta. Ele mora no oceano a uma profundidade de 5 000 metros. A pressão que a água faz sobre seu corpo é 500 vezes maior do que aquela que o ar faz sobre nós aqui na superfície. Mas não rola nenhum estresse. Os animais que nadam abaixo dos 300 metros de profundidade têm adaptações no corpo que os tornam imunes às condições adversas desses lugares.
Alguns dos ajustes são invisíveis. O aperto produzido pela água, que seria capaz de esmagar as proteínas e comprometer suas funções em seres que habitam a crosta, não causam mal nenhum. “Isso porque, para protegê-las, boa parte desses animais conta, nas células, com uma substância chamada óxido de trimetilamina”, diz o biólogo Paulo de Tarso, do Aquário de Santos, em São Paulo. O óxido funciona como uma parede que absorve o aperto. A escuridão, que também poderia atrapalhar suas caçadas e paqueras, é driblada com a fosforescência (veja no infográfico). “Se pudessem se comunicar conosco, esses bichos também se perguntariam como podemos ficar fora da água e com uma pressão tão baixa”, brinca o biólogo marinho Edward Seidel, do Aquário da Baía de Monterey, nos Estados Unidos.

O mundo nas costas
A região abissal começa abaixo dos 300 metros de profundidade

Nível do mar – 1 atmosfera
Na superfície a pressão é a normal para o ser humano.

300 metros – 31 atmosferas
Aqui, a luz começa a rarear. Mas a fauna ainda é variada.

600 metros – 61 atmosferas
Daqui para baixo, a escuridão começa a criar problemas. A fosforescência faz parte da sedução no escurinho. Serve para que as espécies se reconheçam.

1500 metros – 501 atmosferas
Abaixo de cerca de 1500 metros, a variedade de bichos diminui e eles ficam mais esquisitos.

2000 metros – 201 atmosferas
Nas maiores das profundezas, os peixes possuem olhos bem pouco desenvolvidos. Para perceber o que acontece ao redor, usam uma espécie de antena. É uma sensível arma de defesa.

5000 metros – 501 atmosferas

Ecossistemas Marinhos - Estuários

           Estuário é a parte terminal de um rio ou lagoa que se encontra em contato com o mar, sofrendo influência das marés e descargas de água doce de terra, possuindo água com mais sais dissolvidos que a água doce e em menor quantidade de sais que a água do mar.  Sempre estão rodeados de terras úmidas, marismas ou terrenos alagadiços com pastos halotolerantes ou pântanos com árvores de raízes aéreas (mangais), rendendo a mais variadas formas.
            Uma classificação comum para os estuários leva em consideração a predominância das influências fluvial ou marinha:

Zona de maré de rio (ZR): parte fluvial com salinidade praticamente igual a zero, mas ainda sujeita à influência da maré;

Zona de Mistura (ZM): região onde ocorre mistura da água doce da drenagem continental com a água do mar;

Zona Costeira (ZC): região adjacente que se estende até a frente da pluma estuariana que delimita a Camada Limite Costeira (CLC).


            Apresenta características ambientais únicas que resultam em elevada produtividade biológica, desempenhando papéis ecológicos de suma importância como exportador de nutrientes e matéria orgânica para águas costeiras adjacentes, habitat vital para inúmeras espécies, zona de alimentação para numerosas espécies juvenis, pontos de passagem para espécies migratórias entre o meio marinho e fluvial, bem como gerar bens e serviços para povos locais. Na primavera, há uma explosão de produtividade e verão uma alta taxa de crescimento. As águas estuarinas são biologicamente mais produtivas do que as do rio e oceano adjacente, apresentando altas concentrações de nutrientes e consequentemente uma proporção de desenvolvimento exuberante da fauna, tanto terrestre como aquática.

Ecossistemas Marinhos - Plataforma Continental

            A Plataforma Continental é uma extensa área marginal aos continentes, indo desde a faixa de areia, mais conhecida como praia, até a quebra de Plataforma, em oceano aberto, e sua largura varia de acordo com a sua formação e tipo de margem onde está localizada. Pode ser dividida:

Plataforma interna: tendo início na porção mais próxima da costa do continente e iniciando no nível de maré baixa média e estendendo-se até cerca de 30 m de profundidade e características como a salinidade e a temperatura são extremamente variáveis;

Plataforma externa: compreende a parte mais distante da costa, dos 30 m de profundidade alcançando até 100 a 200 m, encontra-se situada abaixo da base das ondas

            No ambiente de plataforma continental, em regiões próximas à costa encontraremos uma maior concentração de luz e nutrientes, possibilitando uma maior produtividade primária (planctônica) e, consequentemente, maior abundância de organismos, mas a diversidade é menor por ser um ambiente mais instável. Da mesma for que, afastando-se da costa em direção à quebra da plataforma, como o ambiente é mais estável, é possível uma maior variedade de espécies, porém, a produtividade primária diminui e consequentemente a  abundância também se reduz. Além de organismos planctônicos, nesse ambiente também é possível visualizar os nectônicos (como peixe, lulas, tartarugas, entre outros) e ainda, os bentônicos (como bactérias e algas).

            Na Costa do Brasil a plataforma continental é bem variada, onde aparece, de uma maneira geral, larga, desde o extremo Sul até o sul da Bahia e desde o norte do Ceará até o extremo Norte; e estreita entre o sul da Bahia até o norte do Ceará.

Ecossistemas Marinhos - Manguezal

 
    O manguezal é um ecossistema costeiro de todo o mundo, típico dos litorais tropicais e subtropicais protegidos, banhados pelas marés, localizados entre os seus níveis mais altos e mais baixos, evitando sempre costas com fortes ressacas. Constitui verdadeiro ponto de ligação entre os ambientes marinho, terrestre e de água doce.
            Origina-se a partir do encontro das águas doces dos rios e salgadas dos mares, formando a água salobra, em ambientes de intensa deposição, como fundos de baía, estuários e reentrâncias da costa, onde a velocidade das correntes é reduzida, favorecendo a deposição de sedimentos como partículas de argila e matéria orgânica, que são geralmente trazidos pelos rios e que formam um solo pouco compactado, movediço, mole, rico em matéria orgânica em decomposição e, conseqüentemente, pouco oxigenado — o oxigênio é totalmente retirado por bactérias que o utilizam para decompor a matéria orgânica. A cadeia alimentar é baseada no uso dos detritos resultantes da decomposição.           
                O Brasil tem uma das maiores extensões de manguezais do mundo, numa superfície de cerca de 20 mil km2, desde o Cabo Orange, no Amapá, até o município de Laguna, em Santa Catarina.
            Ao contrário de outras florestas, os manguezais não são ricos em espécies, porém destacam-se pela grande abundância das populações que neles vivem. Somente três árvores constituem as florestas de mangue: o mangue vermelho ou bravo (Rhirophora mangle), o mangue branco (Laguncularia racemosa) e o mangue preto, siriba ou siriuba (Avicennia schaueriana). Apresentam uma série de adaptações: raízes respiratórias, capacidade de ultrafiltragem da água salobra e desenvolvimento das plântulas na planta materna, para serem posteriormente dispersas pela água do mar. A flora do manguezal pode ser acrescida de poucas espécies, como a samambaia do mangue, a gramínea Spartina, a bromélia Tillandsia usneoides, o líquen Usrea barbata (as duas últimas conhecidas como barba de velho e muito semelhantes entre si) e o hibisco.
            Os manguezais fornecem uma rica alimentação protéica para a população litorânea brasileira. A pesca artesanal de peixes, camarões, caranguejos e moluscos é, para os moradores do litoral, a principal fonte de subsistência.
            Quanto à fauna, destacam-se várias espécies de caranguejos, formando enormes populações nos fundos lodosos. As ostras, mexilhões, cracas e berbigões (um bivalve) se alimentam filtrando da água os pequenos fragmentos de detritos vegetais, ricos em bactérias. Há também espécies de moluscos que perfuram a madeira dos troncos de árvores, construindo ali os seus tubos calcários e se alimentando de microorganismos que decompõem a lignina dos troncos, auxiliando a renovação natural do ecossistema através da queda de árvores velhas, muito perfuradas.
            Os camarões também entram nos mangues durante a maré alta para se alimentar. Muitas das espécies de peixes do litoral brasileiro dependem das fontes alimentares do manguezal, pelo menos na fase jovem. Entre eles estão bagres, robalos, manjubas e tainhas. A riqueza de peixes atrai predadores, como algumas espécies de tubarões, cações e até golfinhos.
            Embora protegido por lei, o manguezal ainda sofre com a destruição gratuita, poluição doméstica e química das águas, derramamentos de petróleo e aterros mal planejados. Foi menosprezado no passado, pois a presença do mangue estava intimamente associada à febre amarela e malária, o manguezal foi durante muito tempo considerado um ambiente inóspito pela presença constante de borrachudos, mosquitos pólvora e mutucas.
Cada um se vira como pode. Para fincar os pés na água, as plantas do mangue desenvolvem estratégias especiais. “Algumas têm um filtro que não deixa o sal entrar”, explica o biólogo Clemente Coelho Júnior, da Universidade de São Paulo. Já outras não se importam com o sal: elas o absorvem e depois o eliminam pelas folhas, graças às glândulas que têm essa finalidade. Nos dias quentes, quando a absorção de água é maior, dá até para ver o sal preso nas folhas.
Como não podem respirar como peixes, as plantas usam uma tática parecida com a dos mergulhadores para conseguir oxigênio: as raízes, parecidas com um snorkel, se fixam no fundo lodoso e estendem ramificações para a superfície. Nas suas pontas existem pequenos órgãos, chamados lenticelas, que capturam ar do ambiente externo.

Mas poucas plantas agüentam essa parada. Existem apenas cerca de cinqüenta espécies de vegetais de mangue, em todo o mundo, e algumas estão em fase de transição biológica. Em breve, plantarão raízes em terra firme e darão adeus para sempre ao lodo.

Fonte: Adaptação de Sabina Wiki

Ecossistemas Marinhos - Praia Arenosa

            O ecossistema de praias arenosas pode ser definido, de uma maneira simples, como a região costeira onde as ondas retrabalham ativamente o sedimento. Ele abrange desde o mesolitoral, ou região entre marés, até aproximadamente 20 m de profundidade. O sedimento é constituído basicamente por areia. Apesar da aparência de ser um ambiente homogêneo, há uma grande diferença entre as variadas porções ou zonas de uma praia e entre os próprios ambientes da mesma. Proximidade de costões rochosos, regime de ondas, características do sedimento, proximidade de rios e estuários e frequência de fenômenos meteorológicos como ressacas, estão entre os fatores que determinam o tipo de praia.
            As praias arenosas podem ser classificadas de acordo com a energia de suas ondas em praias mansas, bravas ou intermediárias.

Praias Mansas ou Duras: apresentam um declive muito suave e ondas de baixa energia. Por exemplo: Maceió e Praia Grande;

Praias Bravas ou de Tombos: recebem um forte impacto de ondas com regularidade, modificando o perfil da praia. Como exemplos, existem as praias Sununga e Brava, em Ubatuba.

Praias Intermediárias: possuem inclinação média, sendo que a arrebentação ocorre próximo da praia e o relevo do fundo é caracterizado por bancos de areia regulares, onde quebram as ondas. Por exemplo as praias Enseada e Tombo, na cidade do Guarujá.

Quanto a granulometria do sedimento os animais encontrados nas praias arenosas dividem-se em 3 grupos:

Macrofauna: animais maiores que 1 cm, vivendo em tocas;

Meiofauna: animais que medem de 200 μm a 1 cm, vivendo entre os grãos de areia;

Microfauna: animais com menos de 200 μm.

            As chamadas “praias de tombo” ou “bravas” fazem jus a essa imagem, pois o forte embate das ondas constantemente movimenta grandes quantidades de areia, modificando o perfil da praia e impedindo que muitas espécies se estabeleçam. Por outro lado, as praias mansas ou duras, com o seu declive muito suave, abrigam uma fauna abundante e diversificada. A maioria desses organismos nem mesmo são percebidos, por passarem grande parte do tempo ocultos pela areia ou expostos apenas durante os períodos de maré baixa.

Além dos organismos residentes, aqueles que permanecem durante quase toda sua existência no sedimento, as praias arenosas recebem visitantes ocasionais, tais como gaivotas e maçaricos que exploram essas áreas em busca de alimento.

Fonte: Adaptação de Sabina Wiki

Ecossistemas Marinhos - Costão Rochoso

                 O Costão Rochoso, ecossistema retratado no Aquário da Sabina, é o nome dado ao ambiente costeiro formado por rochas que representa a interface entre os meios terrestre e aquático. É considerado mais uma extensão do meio marinho que do meio terrestre, uma vez que a grande maioria dos organismos que podemos encontrar nos costões está relacionada ao ambiente marinho. Esses organismos, ao longo da evolução da vida, tiveram que desenvolver poderosas estratégias de fixação, pois seu habitat é muito hostil.
            Eles comportam uma rica e complexa comunidade biológica. O substrato duro favorece a fixação de larvas de diversas espécies de invertebrados, sendo comum a ocupação do espaço por faixas densas de espécies fixas (sésseis). Nos costões rochosos, a variação das condições ambientais se verifica numa escala espacial incomparavelmente menor que nos sistemas terrestres, justificando os limites bem definidos das populações que produzem o aspecto zonado das comunidades ali instaladas. A esta distribuição dá-se o nome de zonação. Além disso, a grande diversidade de micro-hábitats certamente contribui para a determinação da diversidade biológica.
            Podemos encontrar costões rochosos por toda a costa brasileira. Seu limite de ocorrência ao Sul se dá em Torres (RS) e ao Norte na Baía de São Marcos (MA) sendo que a maior concentração desta formação está na região Sudeste, onde a costa é bastante recortada. Nessa região o costão rochoso faz parte do que chamamos de Ecossistema da Mata Atlântica.
             No Brasil, as rochas dos costões são de origem vulcânica e são estruturadas de várias maneiras. Formam um ambiente extremamente heterogêneo e podem se caracterizar tanto por paredões verticais bastante uniformes, que se estendem muitos metros acima e abaixo da superfície da água, até matacões de rocha fragmentada, de pequena inclinação, como acontece na costa do litoral norte do estado de São Paulo.
                 Em locais como o Estado de São Paulo, observa-se que os trechos onde a Serra do Mar se elevou próxima ao oceano, ocorre o predomínio de costões rochosos na interface da terra com o mar, como podemos observar na costa do litoral norte do Estado; já em locais onde a serra do mar está mais distante da costa, ocorre o predomínio de manguezal e de restinga (ex. Cananéia/SP). Assim, podemos dizer que os costões são, na maioria das vezes, extensões das serras rochosas que atingem o fundo do mar.           
                 O costão rochoso pode ser esculturado e modificado por agentes físicos, químicos e biológicos. O intemperismo por batimentos de ondas, ventos e chuvas é o principal agente físico; a temperatura também possui um papel importante na composição das rochas.
            Podemos atribuir o desgaste das rochas, ainda, a fatores biológicos, que podem ser causados por organismos habitantes ou visitantes do costão, como ouriços, esponjas e moluscos.

Costão exposto: É o tipo de costão “batido” que sofre mais os impactos das ondas. É pouco fragmentado e, freqüentemente, apresenta-se como paredão liso. A diversidade de habitat é muito menor que a dos costões menos expostos às ondas. O embate das ondas é um dos principais responsáveis pela mortalidade de organismos mais frágeis nos costões.

Costão protegido: É o tipo de costão que se encontra localizado em regiões de baixo hidrodinamismo, ou seja, em locais onde o embate das ondas é suave. É bastante fragmentado, dificultando a formação de uma zonação mais definida. Apresenta uma grande diversidade de espécies associadas, resultado do alto nível de complexidade. O baixo hidrodinamismo ajuda a fixação e estabelecimento de organismos. Apresenta baixo fluxo de nutrientes, o que acaba limitando o crescimento principalmente dos vegetais.

            A grande diversidade de espécies presente nos costões faz com que, neste ambiente, ocorram fortes interações biológicas como consequência da limitação de substrato ao longo de um gradiente existente entre o habitat terrestre e o marinho. Os animais que vivem no costão rochoso podem ser divididos em 3 segmentos:


  1. Organismos que vivem acima da maré alta, ou próximos ao nível mais alto, numa zona de transição entre a terra firme e o mar, afetados pelo “spray” e umedecidos pelas ondas e a maré alta, o SUPRALITORAL. Aqui vivem líquens, crustáceos do grupo dos isópodes (as Lygias ou a baratinha-do-mar) e moluscos gastrópodes do gênero Lithorina, caramujos minúsculos.

  1. Organismos que vivem entre as marés alta e baixa, parcialmente cobertos e descobertos diariamente, o MESOLITORAL, como as cracas do gênero Balanus, Chthamalus e Tetraclita, que são crustáceos que fabricam concha calcárias; gastrópodes Achmea e Thais, bivalves como mexilhões e semelhantes a estes do gênero Brachidontes e crustáceos.

  1. Organismos que vivem abaixo da maré baixa, raramente descobertos, o INFRALITORAL: primeiro aparecem pequenas algas e densas massas de tunicados (ascídias). Em seguida, encontramos algas calcárias da família Coralinacea, algas Sargassum, equinodermos, poríferos (esponjas), crustáceos, moluscos (entre eles o polvo) e briozoários, além de peixes de conformação achatada, para melhor se alojarem entre as pedras, todos representativos do costão rochoso.


            Uma característica típica dos costões é a presença das poças de maré. Em locais mais planos as rochas costumam formar saliências e depressões onde a água fica represada quando a maré abaixa. Nessas poças, podem ser encontradas espécies de estrelas e ouriços-do-mar, anêmonas, camarões, caranguejos, moluscos e pequenos peixes. Também são lugares procurados pelas aves marinhas, que vêm em busca de alimento.
            A grande variedade de organismos e o fácil acesso tornaram os costões rochosos um dos mais populares e bem estudados ecossistemas marinhos. Nos oceanos o que predomina são animais que procuram se mimetizar com as cores do lugar que habitam, confundindo-se com o ambiente. O tanque oceânico da Sabina nos mostra bem isto, a uniformidade de cores, ou seja cor monocromática.

Fonte: Sabina Wiki

O ambiente marinho


       As áreas litorâneas apresentam diferentes conformações geológicas que foram moldadas através do tempo por fenômenos físicos e químicos, tais como a presença de diferentes minerais nas rochas, a ação das ondas, a dilatação térmica, a ação dos ventos e de alguns organismos que atuam tanto química como fisicamente. Essas mudanças ocorrem, quase sempre, de forma lenta e gradual, permitindo a adaptação das espécies ali existentes.
  Os mares e oceanos apresentam uma profundidade media de 4 km, sendo que a Fenda das Marianas, no Oceano Pacífico, tem cerca de 11 km de profundidade.A temperatura, salinidade e pressão hidrostática podem ser apontadas como os dois principais fatores abióticos das massas d’água oceânicas.
            A temperatura superficial da água varia de acordo com as estações do ano e com a latitude; porém, essa variação é menor do que a observada em ambientes terrestres, pois os oceanos retêm maior quantidade de calor, que é liberado mais vagarosamente do que na terra.
         A salinidade média do mar é de 3,5% (35 partes por mil). Em regiões costeiras, normalmente é menor e tende a apresentar uma variação maior, já que sofre também a influência de rios e da água da chuva proveniente da costa.
           O Homem passou a fazer parte destes elementos que causam mudanças, às vezes definitivas e boas, mas, em geral, definitivas e más, modificando os ambientes num processo muito rápido que não permite a absorção dos impactos e recuperação do ambiente degradado.
            O Brasil, principalmente por suas colossais dimensões continentais, apresenta os mais diversos tipos de litorais e é um país com altíssimo apelo turístico, que nem sempre é bem administrado.

Características da Água Marinha:

            A água do mar é composta de, praticamente, todos os elementos da tabela periódica que ocorrem naturalmente no planeta. No entanto, apenas seis destes constituem mais de 90% dos sais dissolvidos; todos ocorrem como íons. São eles:
- Cloreto (Cl-)
Sódio (Na+)
Sulfato (SO42-)
Magnésio (Mg2+)
Cálcio (Ca2+)
Potássio (K+)
            A água do mar possui 35 gramas de sais para cada litro de água. A maior parte desses sais é cloreto de sódio, NaCl. Na Sabina são controlados diversos fatores físicos e químicos da água dos tanques. São eles: Temperatura, Salinidade, pH, Oxigênio(O2), Nitrato (NO3), Nitrito (NO2), Amônia (NH3), Fosfato (PO4), Reserva alcalina, Cálcio (Ca), Cobre (Cu), Potencial de oxi-redução (ORP), Ozônio (O3) residual e Iodo (I2).
Tipos de Classificações do Ambiente Marinho:

  • Quanto à penetração da luz:
Zona Eufótica: bem iluminada e por isso rica em algas (seres autótrofos) e animais;

Zona Disfótica: pouco iluminada; a “perda” da luminosidade ocorre devido a absorção mais rápida dos comprimentos de onda longos (vermelho e amarelo) e mais lenta dos comprimentos de onda curtos (verde e azul);

Zona Afótica: iluminação totalmente ausente e nenhuma forma de vida capaz de realizar fotossíntese; encontrados apenas seres heterótrofos.

Quanto à profundidade:
Zona Litorânea ou Zona entre marés: região afetada pelas flutuações das marés, ora emersa, ora submersa; é bem iluminada, oxigenada e rica em nutrientes; são abundantes os organismos fixados em rochas, como cracas e mexilhões, altamente adaptados para este modo de vida;

Zona Nerítica: região do mar sobre a plataforma continental; sua profundidade aumenta gradativamente, indo até cerca de 200 metros de profundidade; é a zona de maior importância econômica, pela riqueza imensa de plâncton e nécton, principalmente grandes cardumes de peixe;

Zona Oceânica ou Zona Batial: corresponde ao declive, acentuado, que ocorre após a plataforma continental: de 200 a 2.000 metros de profundidade, ocupando o chamado talude continental; devido à ausência de luz não existem algas e os animais são reduzidos;

Zona Abissal: região de água pouco movimentada e uniformemente fria e onde não penetra luz; estende-se de 2000 metros até as maiores profundezas, com algumas espécies extremamente adaptadas às grandes pressões, à ausência total de luminosidade e à conseqüente escassez de alimento; restos orgânicos das camadas superiores caem lentamente em direção ao fundo, proporcionando o aproveitamento da matéria orgânica pelos animais das camadas inferiores, inclusive servindo como alimento para os animais saprófitos e as bactérias decompositoras; os animais dessa região apresentam bioluminescência, têm visão muito sensível, capaz de responder a pequenos estímulos luminosos, e formas bizarras, como boca e dentes grandes para facilitar a captura das presas, e estômago dilatável.

  • Divisão em sistemas:

Bentônico: É o habitat dos substratos submarinos, quer sejam artificiais, naturais, biológicos ou não-vivos; os organismos que colonizam estes substratos, seja durante toda sua existência ou somente em uma fase do ciclo de vida, são denominados coletivamente bentos; abriga a maior parte da diversidade biológica dos oceanos, além de ser o destino final dos poluentes que são lançados nos mares pelo homem.

Pelágico: Compreende o domínio das massas d’água, colonizado por organismos planctônicos e nectônicos, ou simplesmente plâncton e nécton; abriga os principais produtores primários dos oceanos e a maior parte do pescado capturado pelo homem


      Ecologicamente os organismos marinhos podem ser divididos em:
Plâncton: formado por organismos que vivem em suspensão na água e são arrastados pelas ondas e correntes; dividem-se em fitoplâncton representado por organismos capazes de realizar fotossíntese e, portanto, produtores da cadeia alimentar e responsáveis pela produção de mais de 90% do oxigênio liberado no planeta (algas) e zooplâncton, representado por organismos heterótrofos (larvas de muitos invertebrados, de peixes, pequenos crustáceos, etc.) consumidores primários e secundários da cadeia alimentar e que servem de alimento para diversos outros animais.

Bentos: formado por organismos que vivem fixos (sésseis) ao substrato ou dependem dele para sua sobrevivência, é representado por inúmeras algas e por uma gama variada de invertebrados (esponjas-do-mar, anêmonas-do-mar, corais, vermes, diversos moluscos, caranguejos, siris, estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, ascídeas, etc.) e de peixes (neon-goby, maria-da-toca, etc.).


Nécton: formado por organismos de vida livre que conseguem vencer as correntezas; é representado basicamente pelos polvos e lulas (cefalópodes), peixes, mamíferos marinhos (baleias, golfinhos, focas, etc.) e aves marinhas.

Fonte: Adaptação de Sabina Wiki