Ecossistemas Marinhos - Costão Rochoso

                 O Costão Rochoso, ecossistema retratado no Aquário da Sabina, é o nome dado ao ambiente costeiro formado por rochas que representa a interface entre os meios terrestre e aquático. É considerado mais uma extensão do meio marinho que do meio terrestre, uma vez que a grande maioria dos organismos que podemos encontrar nos costões está relacionada ao ambiente marinho. Esses organismos, ao longo da evolução da vida, tiveram que desenvolver poderosas estratégias de fixação, pois seu habitat é muito hostil.
            Eles comportam uma rica e complexa comunidade biológica. O substrato duro favorece a fixação de larvas de diversas espécies de invertebrados, sendo comum a ocupação do espaço por faixas densas de espécies fixas (sésseis). Nos costões rochosos, a variação das condições ambientais se verifica numa escala espacial incomparavelmente menor que nos sistemas terrestres, justificando os limites bem definidos das populações que produzem o aspecto zonado das comunidades ali instaladas. A esta distribuição dá-se o nome de zonação. Além disso, a grande diversidade de micro-hábitats certamente contribui para a determinação da diversidade biológica.
            Podemos encontrar costões rochosos por toda a costa brasileira. Seu limite de ocorrência ao Sul se dá em Torres (RS) e ao Norte na Baía de São Marcos (MA) sendo que a maior concentração desta formação está na região Sudeste, onde a costa é bastante recortada. Nessa região o costão rochoso faz parte do que chamamos de Ecossistema da Mata Atlântica.
             No Brasil, as rochas dos costões são de origem vulcânica e são estruturadas de várias maneiras. Formam um ambiente extremamente heterogêneo e podem se caracterizar tanto por paredões verticais bastante uniformes, que se estendem muitos metros acima e abaixo da superfície da água, até matacões de rocha fragmentada, de pequena inclinação, como acontece na costa do litoral norte do estado de São Paulo.
                 Em locais como o Estado de São Paulo, observa-se que os trechos onde a Serra do Mar se elevou próxima ao oceano, ocorre o predomínio de costões rochosos na interface da terra com o mar, como podemos observar na costa do litoral norte do Estado; já em locais onde a serra do mar está mais distante da costa, ocorre o predomínio de manguezal e de restinga (ex. Cananéia/SP). Assim, podemos dizer que os costões são, na maioria das vezes, extensões das serras rochosas que atingem o fundo do mar.           
                 O costão rochoso pode ser esculturado e modificado por agentes físicos, químicos e biológicos. O intemperismo por batimentos de ondas, ventos e chuvas é o principal agente físico; a temperatura também possui um papel importante na composição das rochas.
            Podemos atribuir o desgaste das rochas, ainda, a fatores biológicos, que podem ser causados por organismos habitantes ou visitantes do costão, como ouriços, esponjas e moluscos.

Costão exposto: É o tipo de costão “batido” que sofre mais os impactos das ondas. É pouco fragmentado e, freqüentemente, apresenta-se como paredão liso. A diversidade de habitat é muito menor que a dos costões menos expostos às ondas. O embate das ondas é um dos principais responsáveis pela mortalidade de organismos mais frágeis nos costões.

Costão protegido: É o tipo de costão que se encontra localizado em regiões de baixo hidrodinamismo, ou seja, em locais onde o embate das ondas é suave. É bastante fragmentado, dificultando a formação de uma zonação mais definida. Apresenta uma grande diversidade de espécies associadas, resultado do alto nível de complexidade. O baixo hidrodinamismo ajuda a fixação e estabelecimento de organismos. Apresenta baixo fluxo de nutrientes, o que acaba limitando o crescimento principalmente dos vegetais.

            A grande diversidade de espécies presente nos costões faz com que, neste ambiente, ocorram fortes interações biológicas como consequência da limitação de substrato ao longo de um gradiente existente entre o habitat terrestre e o marinho. Os animais que vivem no costão rochoso podem ser divididos em 3 segmentos:


  1. Organismos que vivem acima da maré alta, ou próximos ao nível mais alto, numa zona de transição entre a terra firme e o mar, afetados pelo “spray” e umedecidos pelas ondas e a maré alta, o SUPRALITORAL. Aqui vivem líquens, crustáceos do grupo dos isópodes (as Lygias ou a baratinha-do-mar) e moluscos gastrópodes do gênero Lithorina, caramujos minúsculos.

  1. Organismos que vivem entre as marés alta e baixa, parcialmente cobertos e descobertos diariamente, o MESOLITORAL, como as cracas do gênero Balanus, Chthamalus e Tetraclita, que são crustáceos que fabricam concha calcárias; gastrópodes Achmea e Thais, bivalves como mexilhões e semelhantes a estes do gênero Brachidontes e crustáceos.

  1. Organismos que vivem abaixo da maré baixa, raramente descobertos, o INFRALITORAL: primeiro aparecem pequenas algas e densas massas de tunicados (ascídias). Em seguida, encontramos algas calcárias da família Coralinacea, algas Sargassum, equinodermos, poríferos (esponjas), crustáceos, moluscos (entre eles o polvo) e briozoários, além de peixes de conformação achatada, para melhor se alojarem entre as pedras, todos representativos do costão rochoso.


            Uma característica típica dos costões é a presença das poças de maré. Em locais mais planos as rochas costumam formar saliências e depressões onde a água fica represada quando a maré abaixa. Nessas poças, podem ser encontradas espécies de estrelas e ouriços-do-mar, anêmonas, camarões, caranguejos, moluscos e pequenos peixes. Também são lugares procurados pelas aves marinhas, que vêm em busca de alimento.
            A grande variedade de organismos e o fácil acesso tornaram os costões rochosos um dos mais populares e bem estudados ecossistemas marinhos. Nos oceanos o que predomina são animais que procuram se mimetizar com as cores do lugar que habitam, confundindo-se com o ambiente. O tanque oceânico da Sabina nos mostra bem isto, a uniformidade de cores, ou seja cor monocromática.

Fonte: Sabina Wiki

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