Os Peixes

Será que sabemos bem o que é um peixe?
            Os animais que comumente denominamos de peixes representam mais da metade de todos os vertebrados atuais. Existem cerca de 30.000 espécies, as quais exibem uma grande variedade de formas e habitam praticamente todos os tipos de ambientes aquáticos. Do ponto de vista da biologia, eles apresentam, entre outras coisas, uma grande diversidade de comportamentos, de modos de alimentação e de reprodução. Os peixes representam uma importante fonte de alimento para muitas nações.
            Os peixes são vertebrados sem pernas, exclusivamente aquáticos e não controlam sua temperatura corpórea. É um animal que respira através de brânquias (“guelras”) e se locomove por meio de nadadeiras (“barbatanas”).

(...) É um sistema sensorial exclusivo, ausente em praticamente todos os mamíferos. Chama-se linha lateral, pois sua localização é na parte lateral do corpo do peixe. (...) É composta por canais existentes na pele, ou poros nas escamas, por onde entra a água. Dentro deles existem órgãos sensores que, quando a água passa, detectam mudanças na pressão ou na corrente marítima. Com isso, o peixe pode, por exemplo, perceber quando um inimigo de grande porte se aproxima, pela turbulência causada.

Os peixes são divididos em 3 grandes grupos:

Agnatha: Peixes sem mandíbula e cartilaginosos como a lampreia.


     Chondrichthye (peixes cartilaginoso): São peixes que possuem seu esqueleto feito de cartilagem fracamente calcificada e pele revestida por escamas placóides. São predadores. Sua a mandíbula é móvel, ou seja, estes animais projetam a mandíbula superior para fora do crânio, ampliando a envergadura da dentada. Apresentam dentes de substituição, que se desenvolvem continuamente em fileiras atrás dos dentes funcionais e movem-se para frente substituindo aqueles que foram perdidos. Não possuem bexiga natatória (órgão presente nos peixes ósseos que permite a flutuação), por isso a maioria das espécies fica em constante movimento para não afundar; enquanto as espécies que não nadam ficam apoiadas no fundo do mar. O fígado secreta um óleo que auxilia nessa compensação, ocupando mais ou menos 20% do peso do corpo. Apresentam espiráculos que igualam as pressões interna e externa. Os membros mais conhecidos dessa classe são os tubarões e as raias.


SUBCLASSE ELASMOBRANCHII

Constitui o grupo mais diversificado dos peixes cartilaginosos, reunindo cerca de 1000 espécies recentes de tubarões e raias. A maioria dos elasmobrânquios é marinha, de áreas rasas em regiões tropicais. A fecundação é feita internamente, através de um órgão encontrado nos machos, denominado clásper. Este órgão é derivado da nadadeira pélvica. A maioria dos elasmobrânquios apresenta cinco fendas branquiais, embora este número possa chegar a sete.

Os Tubarões:
Tubarão é o nome comum de cerca de 250 espécies de peixes pertencentes a diversas famílias. Distingue-se pela forma afunilada do corpo, pelo focinho pontudo e pela forma dos dentes, triangulares e cortantes, dispostos em fileiras na boca. Os tamanhos variam segundo a espécie: o tubarão-baleia (Rhincodon typus) é um dos maiores vertebrados vivos, com até quinze metros de comprimento, mas há cações de pequeno porte, como o cação-bagre (Squalus cubensis), comum no litoral brasileiro, de apenas meio metro. O tubarão branco é o maior predador marinho do planeta, chegando, em media, a duas toneladas e até oito metros de comprimento.
Na localização da presa, o olfato parece ser o mais importante instrumento. A visão do tubarão pode ser adaptada para distâncias curtas ou longas e distingue mais os reflexos do que as cores. Pequenos órgãos distribuídos por toda a superfície da cabeça, denominados órgãos ou ampolas de Lorenzini, constituem um verdadeiro sistema de radar, com o qual o tubarão registra as ondas magnéticas e sonoras provocadas pelo movimento, mesmo a grande distância.

Mas afinal, por que protegê-los?
            Apesar de todo o seu tamanho, força e ferocidade, muitos tubarões estão sendo ameaçados de extinção. Eles têm uma das mais baixas taxas de procriação entre os peixes e são caçados sem piedade para alimentação (comercialmente conhecidos como cação) e por suas valiosas barbatanas, principalmente no oriente. Além disso, como predador, os tubarões têm importante papel no equilíbrio ambiental, controlando as populações de suas presas, já que é um predador de topo de cadeia trófica.


As Raias:
Apresentam um corpo deprimido dorso-ventralmente, nadadeiras peitorais muito largas e delgadas, dando aspecto discóide a estes peixes. A cauda é normalmente longa e afilada, com a aparência de um chicote; muitas espécies possuem ferrões na cauda, utilizados contra predadores e agressores. Seus dentes formam placas funcionais para triturar os animais presentes no sedimento como crustáceos e moluscos, da qual a mesma se alimenta.

As arraias, que vivem tanto no mar quanto em rios, são mansas e só atacam quando se sentem ameaçadas. Foi o que aconteceu com a que matou o apresentador de TV australiano Steve Irwin, “o caçador de crocodilos”, em setembro. Apesar de a polícia não ter liberado o vídeo que Steve fazia quando morreu, há relatos de que a arraia de ferrão se assustou com a presença dele e do cinegrafista. O apresentador nadava acima dela e o cinegrafista por baixo. Encurralada, a arraia atingiu-o no peito com seu ferrão. Steve, ferido no coração, morreu na hora. “Não dá para saber exatamente qual a espécie que atacou Irwin, mas todas elas agem de maneira semelhante”, afirma o zoólogo Hugo Ricardo Santos, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Existem 39 espécies de arraias com ferrão – ele equipa todos os peixes com a aparência clássica de uma arraia, chata e com cauda em forma de chicote. Esses animais são encontrados em toda a costa brasileira e na maioria de nossos rios.
A vítima da ferroada sente uma dor aguda e sofre um ferimento de cicatrização difícil, de conseqüências como necroses (morte de tecidos) ou problemas cardiorrespiratórios. Ainda assim, acidentes fatais com humanos são bastante raros – é preciso que um órgão vital seja atingido ou que a pessoa seja muito sensível à peçonha.
            Assim, é bom ficar longe delas. Evite nadar quando a maré está baixa (e elas ficam mais expostas). Lugares com lama e com poucas ondas são alguns dos prediletos das arraias. Pescadores e ribeirinhos, vítimas comuns desses animais, costumam dar outra dica: ao entrar na água, não dê passos largos – arraste os pés para avisar a arraia, que tem tempo de fugir sem que ninguém saia ferido.

Elas podem ferrar você?
Acidentes com arraias raramente são fatais - mas são sempre dolorosos

Chicote natural: O ferrão é um espinho achatado, semelhante a uma lança, que as arraias têm na cauda - dotada também de uma musculatura forte o bastante para dar “chicotadas” em potenciais inimigos.

Rabo engatilhado: O peixe aciona sua arma quando se sente ameaçado - geralmente por predadores como o tubarão, mas também por pisões acidentais. O ferrão se eleva e fica em posição oblíqua em relação à cauda para facilitar o disparo.

Como uma serra: O exterior do ferrão da arraia é rígido e tem um serrilhado semelhante ao de uma faca de cortar pão. Se ele penetrar na carne, as serrilhas reversas (como pontas de flechas) vão dilacerar o tecido ao sair.

Arma química: O interior do ferrão é equipado com glândulas de peçonha: injetada na vítima, a substância pode causar dores, taquicardia, vômitos e diarréia, entre outros sintomas.

Algo mais
Nem todas as arraias são inofensivas, como as jamantas. As elétricas, com apenas 50 centímetros da ponta de uma nadadeira à outra, dão choques de até 200 volts. O objetivo é afastar predadores ou capturar presas. A eletricidade sai de dois músculos, um de cada lado do corpo do animal.


Diferenças entre tubarões e raias: São apenas variações morfológicas.

TUBARÕES
RAIAS
Corpo Fusiforme
Corpo Achatado
5 a 7 pares de fendas branquiais situadas na região lateral da cabeça
5 a 7 pares de fendas branquiais situadas na região ventral da cabeça
Nadadeiras peitorais estreitas, bem destacadas do corpo e não fundidas à cabeça
Nadadeiras peitorais largas, bem desenvolvidas e fundidas à cabeça

      Osteichthyes (peixes ósseos):
Constitui um grupo de mais de 25.000 espécies atuais, que apresentam as mais variadas formas e tamanhos e exploram praticamente todos os tipos de ambientes aquáticos, marinhos e de água doce. Alguns exemplos de peixes ósseos são os atuns, meros, linguados, sardinhas e tainhas.
Estes peixes são estruturalmente notáveis pelo esqueleto ósseo, com finas e flexíveis escamas dérmicas. A nadadeira caudal tem um suporte esquelético e sua forma varia grandemente de acordo com o hábito dos peixes. Apresentam a bexiga natatória, que auxilia na flutuabilidade através do acúmulo de alguns gases do sangue em seu interior e, além desta função, pode também assemelhar-se a pulmões em alguns peixes ósseos, onde certas espécies tem estruturas acessórias que lhes permitem respirar em águas rasas e sujas. Apresentam opérculo, um mecanismo de contracorrente que aumenta a eficiência respiratória. Na maioria dos peixes ósseos a fecundação é externa.


Sobre os peixes de água doce e salgada

            No ano de 2011 estão formalmente descritas 31.900 espécies de peixes. Destas, 58% são de água salgada, 41% são de água doce e apenas 1% ocorre nos dois ambientes. Como o volume de água doce no planeta é muito menor que o de água oceânica, pode-se dizer que a diversidade de peixes é proporcionalmente maior nos rios e lagos do que no mar.
            Nos rios e lagos do Brasil existem mais espécies de peixes que naqueles da Europa e América do Norte somados. Estima-se que, dentre as que habitam nossos rios, 90% pertencem aos grupos dos lambaris, pintados, dourados, jaús e cascudos. A biodiversidade dos rios brasileiros é a “campeã” do planeta. O Brasil é o país com a maior quantidade de peixes de água doce do mundo.
            Os peixes de água doce possuem peculiaridades próprias. Por exemplo: são altamente adaptáveis e resistentes a qualidades e temperaturas da água, além de tolerarem os mais variados locais. Já os peixes marinhos precisam de um ambiente mais estável e são pouco tolerantes às alterações nos parâmetros físico/químicos da água.

Não, eles morrem. Os líquidos que circulam no corpo dos peixes de água salgada têm aproximadamente a mesma proporção de sais que a água do mar. "Mas se o peixe for colocado em água doce, essa concentração será maior em seu corpo do que no ambiente", diz o biólogo Naércio Aquino Menezes, do Museu de Zoologia da USP. Como os corpos tendem a estar sempre em equilíbrio, o peixe acabará absorvendo mais água por osmose e não terá como eliminá-la, por causa de seu rim pouco desenvolvido. Ele inchará, podendo até explodir. O oposto acontece com um peixe de água doce colocado no mar. A concentração de sais em seu organismo será bem menor que a do ambiente e ele perderá líquido até ficar desidratado. Mas existem espécies que suportam por mais tempo essa mudança de ambiente - como a tainha, que vive em lagos onde a salinidade varia muito.

Fonte: Adaptação de Sabina Wiki

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