Morcego têm músculos mais rápidos dentre mamíferos, afirma estudo

Voar – e saber para onde está indo – no escuro é uma tarefa complicada, mas morcegos conseguem fazer isso com a ajuda de verdadeiros “supermúsculos”, de acordo com um estudo dinamarquês publicado nesta sexta-feira (30).
Segundo a pesquisa liderada por Coen Elemans, os músculos vocais da espécie têm a contração mais rápida de todos os mamíferos. Os resultados foram apresentados na revista “Science”.
Os músculos desses animais são capazes de fazer contrações cerca de 20 vezes mais rápido que os nossos mais velozes: os dos olhos. Coisa parecida só foi vista antes em cascavéis, peixes e pássaros. É a primeira vez que algo do tipo é observado em um mamífero.
Esses músculos são usados como “sonar” para localizar insetos que vão servir de alimento. Para isso, eles se contraem até 190 vezes por segundo.

Fonte: G1

Incríveis aventuras do cavalo-marinho

Para nós, o bicho é apenas o cavalo-marinho. Aliás, um ser muito mais estranho do que supunham os gregos, que lhe deram o nome de: hipocampo, que quer dizer cavalo (hippos) e lagarta (campe). Basta observar de perto esse animal para descobrir que ele reúne características de, pelo menos, mais três bichos além de cavalo e da lagarta. Seus olhos se deslocam independentes, nas órbitas, como os olhos dos camaleões. Também de camaleão é a principal característica de sua pele: muda de colorido conforme as circunstâncias. A cauda é preênsil, como a de um macaco; a barriga é de ... canguru! Isso mesmo, o cavalo-marinho incuba seus filhotes dentro de uma bolsa ventral, característica dos marsupiais (gambás, cangurus etc.).
Pois com toda essa fantasia o cavalo-marinho é, na verdade, um inofensivo peixinho. Talvez o único traço que denuncie a sua categoria de peixe seja a presença de duas minúsculas e quase transparentes nadadeiras dorsais. Mas um animal tão insólito como ele não poderia ser enquadrado nos compêndios de Zoologia como um peixe qualquer. Assim, o cavalo-marinho tornou-se cientificamente um respeitável gasterosteiforme. Esse nome indica que o corpo do animal tem a forma de um estômago (alongado) e uma notável estrutura óssea. E é exatamente nessa estrutura óssea que vamos encontrar mais uma incrível semelhança entre cavalos-marinhos e animais de outras categorias. Dessa vez eles podem ser considerados algo semelhantes aos artrópodes (insetos, crustáceos, aracnídeos etc.). Caracterizados por suas carapaças articulares, os artrópodes são animais revestidos por armaduras que funcionam como "esqueletos externos", sustentando internamente os músculos e os demais componentes do organismo. Nisso eles diferem radicalmente de animais vertebrados cujo esqueleto de sustentação fica envolvido por espessas camadas de músculos.
O cavalo-marinho parece viver enfiado dentro de um verdadeiro exoesqueleto de artrópode. Por ter o esqueleto assim "à flor da pele", dá a impressão de estar sempre passando fome. Sua alimentação, por sinal, gera outra inesperada questão. Aparentemente, o cavalo-marinho não tem boca, pois parece estar com os lábios soldados. Só depois de um minucioso exame é possível descobrir um pequeno orifício bem na ponta do "focinho". Ali é a boca, o ponto inicial de um longo e estreito canal, onde o alimento é aspirado em direção ao estômago. Seu "cardápio" pode ser variado, porém deve obedecer a uma rigorosa seleção de tamanho. Só passam para o tubo digestivo bichinhos minúsculos, tais como as quase invisíveis pulgas-da-praia (anfípodes) e microscópicos camarõezinhos. O alimento não exige dele um grande esforço. Com a cauda enrolada na haste de uma alga, tudo que tem a fazer é ficar literalmente filtrando a água à sua volta. Muita vezes o animal aspirado é um pouco maior que o diâmetro do tubo aspirador, mas a força de sucção é tão grande que chega a despedaçar a vítima de encontro à ponta do focinho. Assim fica fácil carregar os restos para a barriga do cavalo-marinho. Esses curiosos habitantes dos mares tropicais estão distribuídos pelo mundo em aproximadamente cinqüenta espécies. Todos pertencem a um único gênero Hippocampuse, à exceção de tamanhos e cores, pouco diferem entre si. O maior deles é o Hippocampus ingens, encontrado na costa oeste das Américas, desde a Colômbia até o México. Seu comprimento alcança 30 centímetros e, se não pode ser considerado um gigante, pelo menos conta o dobro do tamanho médio das demais espécies. Na costa brasileira, a. espécie mais comum é o Hippocampus reidi, com até 18 centímetros. Seu colorido varia bastante, permitindo ao animal passar de tons acinzentados para o amarelo claro daí para o lanrajado até o vermelho-tijolo devido à essa facilidade de alteração de cores, os hipocampos se dissimulam com perfeição entre os diversos tipos de algas marinhas que constituem o seu ambiente predileto. Com freqüência são encontrados junto à costa, em águas pouco profundas (de 2 a 10 metros), sobre pedras recobertas por algas ou em recifes de corais.
A vida sexual do cavalo-marinho é o ponto mais alto de todas as suas esquisitices. Machos e fêmeas parecem haver trocado de papéis e com isso causaram uma verdadeira polêmica entre os primeiros biólogos que se dispuseram a devassar a privacidade de seus relacionamentos conjugais. A primeira surpresa, sem dúvida, é a enérgica atitude da fêmea ao tomar a iniciativa de cortejar o macho. Começando com um discreto roçar de cintura, ela logo se atira a carícias mais ousadas, enlaçando-o com a cauda. Embora a principio incrédulos, os cientistas acabaram constatando que, lá pelas tantas, é a fêmea que introduz algo na região ventral do companheiro. O material injetado é uma gelatinosa massa de ovos. Durante quase dois meses vai crescendo uma respeitável barriguinha sobre o discutível garanhão. O desenlace de todo esse espetáculo é previsível. Depois de cinqüenta dias de gestação, o macho dá à luz mais de trezentos minúsculos "potros-marinhos".
O verdadeiro nascimento dos filhotes acontece no interior da bolsa, poucos dias após a transferência dos ovos para o organismo do macho. Mas só depois de um mês e meio é que eles estão aptos a abandonar a "incubadora paterna", o que acontece sempre à noite. De toda a numerosíssima prole nascida de um único cavalo-marinho, apenas uma dezena ou pouco mais do que isso alcança a idade. adulta. A maior parte deles é devorada por pequenos peixes ou não encontra alimentação suficiente durante a primeira fase da vida. Com apenas 2 milímetros de comprimento, os potrinhos só podem se alimentar de seres microscópicos, nem sempre abundantes em certas regiões litorâneas. E o consumo diário de um recém-nascido é de milhares de larvas de microcrustáceos.
O comportamento sexual de várias espécies de hipocampos foi estudado pormenorizadamente em aquários e revelou uma mínima variação de estratégias. As manobras da fêmea estimulam o rápido crescimento de uma bolsa sobre o ventre do macho. Bem no centro, a bolsa contém um orifício, um poro dilatado que, durante o ato sexual, recebe o tubo ovopositor da fêmea. Ao penetrarem no organismo do macho, os ovos são prontamente fecundados ainda durante a passagem pelo canal de entrada. Depois de amontoados às centenas no interior da bolsa, eles passam a receber nutrição através de um complexo sistema de capilares sangüíneos, que irrigam esse órgão.
Há, portanto, uma curiosa semelhança de funções entre a bolsa de ovos do cavalo-marinho e o útero feminino de outros animais. A capacidade de uma bolsa incubadora é de perto de seiscentos ovos, número que não pode ser completado com a postura de uma única fêmea. Por isso, o "garanhão" dos mares fica destinado a ser depositário das oviposições de várias fêmeas. Servindo passivamente ao "harém" e contrariando, assim, o convencional conceito de poligamia em todo o reino animal, o hipocampo é, categoricamente, uma criatura do contra.
Pelo menos desde os tempos de Cristo, a fama dos cavalos-marinhos já se alastrava no mundo antigo graças aos ensinamentos de Plínio, naturalista e comandante militar do Império Romano. Segundo ele, as cinzas dos hipocampos incinerados combatia a calvície, as febres, as erupções da pele e evitava a morte dos mordidos por cão raivoso. Para os antigos gregos, o animal representava um veneno fulminante, desde que embebido em vinho. Por outro lado, ele era reconhecido como um poderoso antídoto contra outros venenos, quando engolido com vinagre e mel ou misturado com piche. Ainda hoje, na tradicional farmacopéia chinesa, o cavalo-marinho é tido como um potente afrodisíaco. Mas tudo isso é pura superstição. De fantástico mesmo ele só tem três coisas: a forma do corpo, o funcionamento do organismo e o comportamento sexual. O que, aliás, não é pouco para um mesmo animal.

Fonte: Super Interessante

Tartarugas não gostam de bocejar

Para os humanos e várias outras espécies de animais, o bocejo é contagioso. Já entre as tartarugas... Cientistas da Universidade de Radboud, na Holanda, passaram 6 meses ensinando uma tartaruga a, quando estimulada, abrir a boca simulando um bocejo. Quando finalmente conseguiram, puseram outras tartarugas para observá-la fazendo isso. Não deu em nada.

Fonte: Super Interessante

Florestas tropicais são essenciais para biodiversidade, aponta estudo


Florestas primárias são insubstituíveis para a manutenção da biodiversidade tropical, afirmou um estudo divulgado pela Nature, no dia 14 de setembro. A publicação, que foi revelada no site da organização, está prevista para ser publicada na edição impressa da revista.
Foram realizados 138 pesquisas prévias, onde foi constatado que a maior parte das formas de degradação florestal tem um efeito prejudicial enorme na biodiversidade tropical.
Segundo o estudo atual, as florestas secundárias não são capazes de ocupar a lacuna deixada pelas antigas, que são fundamentais para a permanência de muitas espécies.
“Alguns cientistas têm afirmado que as florestas tropicais degradadas são capazes de manter níveis elevados de biodiversidade, mas nosso estudo demonstra que isso raramente ocorre”, comentou um dos autores, Luke Gibson, da Universidade Nacional de Cingapura.
A proteção das florestas primárias deve ser uma das prioridades da conservação mundial, de acordo com o pesquisador. “Não há substituto para as florestas primárias. Todas as principais formas de intervenção [humana] invariavelmente reduzem a biodiversidade em florestas tropicais”, enfatizou.
Florestas tropicais
O estudo afirmou que a dimensão da perda de biodiversidade depende de fatores como região geográfica, grupos taxonômicos e tipo de intervenção humana.
De acordo com a pesquisa, as florestas tropicais com pouca ou nenhuma intervenção humana estão diminuindo devido à conversão e a degradação de atividades antrópicas. Em muitas regiões têm sido substituídas por plantações, pastos ou florestas secundárias.

Fonte: EcoDesenvolvimento

Pinguim identifica parceiro e parentes pelo cheiro, diz estudo

Grupos de pinguins na Antártida: olfato é usado na identificação de membros da colônia
Os pinguins identificam seus "cônjuges" pelo odor, que os ajuda a se reencontrarem em colônias lotadas, e também podem identificar o cheiro de um parente próximo para evitar cruzamentos, disseram cientistas nesta quarta-feira.
Já se sabia que algumas aves marinhas usam o olfato para localizar comida ou identificar locais para ninhos, mas as experiências com pinguins de Humboldt em cativeiro, no Zoológico de Brookfield, perto de Chicago, provaram pela primeira vez que as aves usam o cheiro para diferenciar parentes próximos de estranhos.
"Outros animais fazem isso, nós fazemos isso, então por que não as aves?", disse Jill Mateo, biopsicóloga da Universidade de Chicago, que trabalhou com o pós-graduando Heather Coffin no trabalho, publicado na revista PLoS ONE.
"O olfato deles pode ajudá-los a encontrar seus parceiros e talvez escolher seus parceiros", disse Mateo. "Aves navegantes que viajam longas distâncias no oceano usam os odores para encontrar comida e... reconhecer ninhos, mas não sabíamos quais odores ou até que ponto eles podiam usar os odores para reconhecer parentes."
Os pesquisadores trabalharam com 22 pinguins de Humboldt, uma espécie ameaçada, divididos em dois grupos. O comportamento deles foi registrado enquanto as aves examinavam os aromas emitidos pelo óleo das glândulas de limpeza dos animais. A glândula perto do rabo secreta um óleo que os pinguins usam para se manterem limpos, mas que também tem uma finalidade olfativa.
Numa das experiências, os pinguins demonstravam se sentir mais confortáveis com o aroma dos parceiros do que com o de pinguins estranhos. Em outra, pinguins "solteiros" passavam o dobro do tempo examinando o cheiro de pinguins estranhos do que o cheiro de parentes próximos.
"Em todos os tipos de animais que estudamos, inclusive em bebês humanos, odores novos, pistas novas, são investigados menos do que pistas não tão novas", disse Mateo.
O olfato é usado por muitas espécies para atrair parceiros ou para evitar o cruzamento com parentes, segundo ela.
No caso dos pinguins de Humboldt, que procriam em penhascos do Peru e passam longos períodos se alimentando no mar, o odor serve como identificador quando eles regressam a colônias povoadas por milhares de aves que fazem ninhos em fendas.
"É importante para aves que vivem em grandes grupos na natureza, como os pinguins, saberem quem são seus vizinhos, para que eles possam encontrar suas áreas de nidação e também, por meio da experiência, saberem como conviverem com as aves próximas", disse o especialista em comportamento animal Jason Watters, da Sociedade Zoológica de Chicago, que administra o Zoológico de Brookfield.
A descoberta, segundo ele, pode ser útil para biólogos que tentam reintroduzir animais em seu habitat. "Seria possível tratar a área com um odor que seja familiar às aves. Isso as tornaria mais propensas a permanecerem."

Fonte: Último Segundo

Parte dos anfíbios do cerrado pode ser extinta até 2050, diz pesquisa


Mais da metade das espécies de anfíbios existentes apenas no cerrado brasileiro podem desaparecer devido às mudanças do clima e a políticas erradas de uso da terra. A conclusão é parte do projeto “Diversidade de anfíbios no cerrado e prioridades para sua conservação em cenários futuros de mudanças climáticas”, desenvolvido pela organização ambiental Pequi, com apoio da Fundação Boticário.
O estudo, que durou quatro anos e foi parte de duas teses de doutorado da Universidade Católica de Brasília, simulou o ambiente do cerrado em 2050, com temperatura 2ºC acima do normal, de acordo com previsão do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Tais características foram aliadas aos modelos atuais de políticas públicas, voltadas para a expansão agrícola na região, com dados sobre o desmatamento do bioma.
Segundo a pesquisa, espécies de anfíbios como sapos e pererecas existentes na região sul do bioma, área que abrange parte de Goiás, o oeste de Minas Gerais, oeste da Bahia e sul do Tocantins, poderiam desaparecer devido à destruição de seus habitats, que são áreas úmidas da floresta ou próximo de lagos ou cursos de água.
“A ausência de locais adequados para sobrevivência e a elevação da temperatura no cerrado fariam esses animais procurar por outras regiões amenas. A região de floresta mais próxima seria a Mata Atlântica, mas este bioma já praticamente desapareceu devido à expansão humana”, disse Débora Silvano, professora do curso de Ciências Biológicas da Universidade Católica de Brasília e coordenadora do estudo científico. “A falta de ambiente adequado deve impactar na sobrevivência das espécies de anfíbios”, explica.

Mapeamento
Segundo Débora, foram mapeados no cerrado 204 espécies de anfíbios, sendo que 102 são endêmicas (existem apenas em determinada localidade). Devido aos problemas ambientais citados, ao menos 50% dos animais que vivem somente no bioma desapareceriam, como a perereca P. berohoca e o sapinho B. sazimai.
A população desses animais já pode ter sido reduzida neste ano devido à alta incidência de queimadas no Centro-Oeste, que desde julho sofre com o longo período de estiagem. “Quando é o período de seca, os anfíbios costumam ficam enterrados em camadas úmidas do solo ou mesmo no interior da floresta. Se o fogo atingiu essas áreas, é provável que esses animais tenham sido atingidos”, complementa a pesquisadora.
Outro inimigo da biodiversidade local é o desmatamento. O cerrado brasileiro teve uma área desmatada de 6.469 quilômetros quadrados entre 2009 e 2010, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente. O número equivale a uma redução de 15,3% em relação à medição anterior (2008-2009), quando o bioma perdeu 7.637 quilômetros quadrados de área.
Em números absolutos, o estado que mais desmatou foi o Maranhão, com uma área de 1.587 km². Percentualmente, o Piauí foi o estado com maior perda de área – 979 km² ou 1,05% da área de cerrado do estado.

Soluções
O estudo conclui que para evitar a mortalidade de espécies, o governo deve criar sistemas de áreas protegidas conectadas, como unidades de conservação com corredores ecológicos, que possibilitaria a migração desses animais entre fragmentos de floresta.
“Isso evitaria a dispersão de espécies. Os anfíbios não conseguem ir muito longe devido à dificuldade de mobilidade. É preciso que o governo realize planejamentos para evitar o desmatamento do bioma, principalmente na porção sul”, afirma Débora.

Fonte: G1

Rinocerontes venenosos intimidam caçadores ilegais

No ano passado, javalis radioativos frustraram caçadores na Alemanha. Este ano, rinocerontes venenosos estão intimidando caçadores ilegais na África do Sul.
Como os javalis citados, esses rinocerontes não são alguma mutação da natureza, mas resultado das ações humanas. Mas neste caso, o tratamento tóxico em seus chifres foi intencional.
A Reserva Natural de Leões e Rinocerontes de Krugersdorp, ao norte de Johannesburgo, na África do Sul, descobriu que um medicamento usado para matar parasitas nos rinocerontes também tornava seus chifres tóxicos para os humanos. Recentemente, a AFP relatou o uso desse novo recurso na luta para proteger a vida selvagem.
O tratamento ajuda a evitar parasitas nos chifres, mas causa convulsões e dores de cabeça em qualquer pessoa que consumir um preparado feito com eles. O chifre dos rinocerontes é feito de queratina, o mesmo material das unhas e do cabelo, e é muito valorizado em algumas regiões da Ásia por ser a base de afrodisíacos e remédios tradicionais caseiros.
O medicamento tóxico para os seres humanos também faz os chifres brilharem com um tom de rosa vivo quando passam pelo scanner de um aeroporto, mesmo se forem moídos e estiverem na forma de pó.
"Suas substâncias químicas possuem a dupla vantagem de afastar tanto os parasitas naturais como os humanos, e o efeito dura de três quatro anos”, explicou Lorinda Hern em uma entrevista à agência de notícias SAPA.
"A solução permanente seria acabar simultaneamente com a demanda por rinocerontes”, afirmou Hern.
Mas isso não deve acontecer tão cedo.
A agência de proteção aos parques nacionais da África do Sul relata que 279 rinocerontes foram mortos no país em 2011. A caça ilegal cresceu nos últimos anos, já que foram registrados apenas 13 casos em 2007. Esse aumento se deve ao crescente poder de compra no leste da Ásia, fazendo com que mais pessoas tenham acesso aos chifres de rinoceronte clandestinos, usados em remédios tradicionais e drogas para aumento da potência sexual.
"Campanhas educativas precisam ensinar os consumidores que o chifre de rinoceronte não possui nenhum valor nutricional ou medicinal”, rebate Hern.
Assim como as barbatanas de tubarão, uma campanha de marketing criativa do Viagra poderia percorrer um longo caminho para reduzir a demanda por afrodisíacos com ingredientes retirados de animais. Enquanto isso, os rinocerontes venenosos talvez façam os caçadores e consumidores pensarem duas vezes antes de se envolver no comércio ilegal de chifres.

Fonte: Discovery Notícias

Quatro filhotes de ararinhas-azuis nascem em cativeiro

A Arara Spix (Cyanopsitta spixii), mais conhecida como ararinha-azul, é um animal típico do Brasil, mas considerado extinto na natureza. Porém, um projeto da Associação para a Conservação de Aves em Extinção (ACTP, em inglês), com matriz em Berlim, na Alemanha, vem dando esperanças para biólogos que desejam ver a ararinha-azul de volta à natureza.
Nos laboratórios dessa associação, um casal de araras Spix, batizados de Paul e Paula, já tiveram quatro filhotes em 2011.
Os últimos dois ovos de ararinha-azul foram retirados do ninho pelos pesquisadores da ACTP para que eles não fossem danificados pelos pais. Os ovos foram trocados por outros dois ovos da arara maracanã–de-cabeça-azul (primolius couloni).
"Paula fez tudo instintivamente perfeito", afirmou o presidente da ACTP, Enrico Sydow. A ararinha-azul alimentou e cuidou dos filhotes da arara de maracanã-de-cabeça - azul nos primeiros dias de vida. Os dois ovos da Arara Spix, foram chocados artificialmente resultando no nascimento de mais duas aves da espécie em extinção. 
A ararinha-azul tem como seu habitat natural a região da caatinga brasileira, mas é dificilmente encontrada em nosso território. A ave é considerada extinta na natureza pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites, em inglês; trata-se de um acordo ambiental que regulamenta a importação e exportação de animais e plantas). Segundo a Cites, a Arara Spix desapareceu da natureza em 2000. Hoje existem pouco mais de 60 aves deste tipo criadas em cativeiro, a maioria fora do Brasil.

Fonte: National Geographic

Encontrado fóssil de um dinossauro filhote .

Ray Stanford um caçador amador de dinossauros, ao passear nas margens do rio próximo a sua casa em College Park, Maryland; fez uma descoberta inusitada.
O pesquisador encontrou vestígios de fósseis de dinossauros blindados (assim chamados por possuírem uma pele bastante rígida, semelhante a uma blindagem).
O fóssil estava recoberto pelo lodo do rio, seu esqueleto era pequeno, talvez a menor espécie encontrada até o momento (1997).
Após examinar os ossos, Stanford confirmou sua expectativa, tinha em suas mãos um fóssil de um Nodosaurus textelis (o nodosaurus foi um grande dinossauro herbívoro de ordem ankylosauria), seus fósseis foram encontrados nos EUA. A principal característica era a sua couraça nas costas, não tinha muito espinhos no corpo, eram muito calmos, pois não possuíam armas de ataque.
Este caçador amador havia descoberto uma nova espécie de Nodosaurus de pequeno porte, mas também encouraçado como seu parente mais próximo.
O fóssil encontrado era de um jovem dinossauro (menos de um ano), conclui-se que pela sua idade jovem, ele não tenha se afastado muito de sua área de nidificação, sendo possível encontrar possíveis ninhos ou cascas de ovos.
O fóssil do jovem dinossauro esta em exposição no Museu Nacional Smithsonian de História Natural em Washington, DC

Encontrado o maior buraco negro estelar do Universo .

Astrônomos de diversas nacionalidades localizaram um buraco negro estelar de proporções jamais vista em órbita, com massa 16 vezes maior que a do Sol (até então o maior buraco negro estelar conhecido).
Buraco negro estelar é formado pelo colapso gravitacional de uma estrela gigante no fim da sua vida. Segundo cientistas até hoje, de acordo com estudos anteriores, não era possível a formação de um buraco negro estelar com massa maior que 10 vezes a massa solar, esta descoberta abre uma nova visão sobre a evolução e o destino das estrelas gigantes. Já era conhecida a existência de outros buracos negros supermassivos em praticamente todas as galáxias, mas não do tipo estelar.
De acordo com a New Cientist uma equipe de astrônomos, liderada por Sergey Nayakshinym da Universidade de Leicester, afirmaram que buracos negros supermassivos que são os centros de muitas galáxias, incluindo a Via Láctea (estas galáxias denominadas Núcleos Galácticos Ativos - NGA) geram intensa luminosidade, porém, o núcleo destas galáxias ficam normalmente escondidos atrás de vastas nuvens de poeira toroidal (em forma de um anel).
Os processos físicos que estão na base do aparecimento e evolução da classe de fontes extragalácticas designadas por Núcleos Galácticos Ativos (NGA) são muito complexos, ainda não foram compreendidos na sua totalidade pela comunidade astrofísica. Os NGA têm a capacidade de emitir um fluxo de energia por vezes equivalente ao de um aglomerado composto por milhares de galáxias. Ainda mais espantoso que isto é o fato de o fazerem a partir de uma região central com dimensões da ordem de 1 parsec (O parsec é uma unidade de comprimento usada em Astrofísica e que corresponde a 3.086 ×1013km).
Este fenômeno surpreendente de "superluminosidade" causa-nos alguma estranheza, especialmente se tivermos em conta que os volumes das regiões onde ocorrem são bastante pequenos quando comparados com as grandes distâncias a que se encontram de nós. As suas dimensões podem variar entre os kiloparsec e algumas dezenas de kiloparsec. Por outro lado, os seus espectros de radiação apresentam desvios pronunciados para o vermelho, correspondendo a valores de comprimentos de onda superiores, o que nos leva a excluir a possibilidade de os NGA se tratarem de fontes locais.
A pequena área ao redor do buraco negro estelar, o núcleo galáctico, é extremamente rico em estrelas, para cada parsec cúbico há milhões de corpos estelares; sabe-se ainda que onde existam estrelas deve existir planetas gigantes, rochosos, cometas e asteróides.
Uma vez que a distância entre os sistemas planetários é bastante grande, possibilita que a órbita das estrelas seja instável e convergente, facilitando a colisão desses corpos com outros planetas ou asteróides errantes, o resultado dessas colisões é a formação de fragmentos (poeira) que interferem diretamente  na visualização do centro galáctico.

ESO anuncia a descoberta de 50 novos planetas extrassolares .

Uma equipe de astrônomos europeus anuncia a descoberta de 50 novos planetas extrasolares, incluindo 16 Super-Terras
Essas Super-Terras não existem em nosso sistema solar, mas são comuns em torno de outras estrelas. Super-Terras são planetas com massa até dez vezes a massa do planeta Terra.
A descoberta desses planetas em zonas possivelmente habitáveis é um fator de relevância para os pesquisadores, pois se estes planetas apresentarem formações rochosas e presença de água poderá ser um indício de existência de vida.
“Estes planetas estarão entre os alvos principais dos futuros telescópios espaciais, que procurarão sinais de vida nas suas atmosferas, procurando assinaturas químicas tais como evidências de oxigênio,” comenta o astrônomo suíço Francesco Pepe do Observatório de Genebra (Suíça).
Um dos novos planetas anunciados denominado HD 85512, possui massa de 3,6 vezes a da Terra e situa-se na zona de limite da habitabilidade (zona estreita em torno de uma estrela na qual, se as condições forem corretas, a água pode estar presente sob forma líquida).
Um grande aliado dos cientistas nestas descobertas é o espectrógrafo HARPS denominado caçador de planetas extrasolares (ou extraplanetas), instalado no telescópio do Observatório de La Silla do ESO (Observatório Europeu do Sul) no Chile, liderado pelo astrônomo Michel Mayor da Universidade de Genebra (Suíça) um dos pioneiros na descoberta de exoplanetas.
Nos últimos oito anos, com observações de estrelas do tipo do Sol, o HARPS descobriu mais de 150 novos planetas, sendo cerca de um terço dos planetas com massas inferiores a do planeta Netuno (Netuno possui massa 17 vezes maior que a Terra).
O HARPS esta passando por um processo de atualização de hardware e software, focando sua procura para planetas rochosos que possam suportar vida: estará sendo selecionadas dez estrelas próximas e semelhantes ao Sol para um novo monitoramento.
Estes avanços tornam os astrônomos confiantes na possibilidade de descoberta de vida em outros planetas.
Novos instrumentos estão sendo projetados com objetivo de apressar estas descobertas; uma cópia do HARPS será instalada no Telescopio Nazionale Galileo (Itália) nas ilhas Canárias. O novo EXPRESSO (que será mais potente que o HARPS) deverá ser instalado no Very Large Telescope do ESO em 2016 e para um futuro mais distante o CODEX previsto para o European Extremely Large Telescope (E-ELT).
Michael Mayor conclui “nos próximos dez a vinte anos deveremos ter uma primeira lista de planetas potencialmente habitáveis na vizinhança do Sol”.

Descoberto o segredo genético que transforma lagartas em zumbis

Assim como em filmes de terror, existem vírus capazes de comandar uma lagarta, ao ponto de fazê-la subir em árvores deliberadamente, caindo em seguida.

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia descobriram quais são os genes que conseguem fazer com que vírus dominem completamente a lagarta monarca.

O ciclo normal de alimentação desta espécie se dá de modo simples: após comer várias folhas em cima de árvores, retorna ao chão para buscar abrigo seguro. O que o baculovírus faz é uma reprogramação em seus comandos naturais, fazendo com que a lagarta permaneça na árvore, não procurando abrigo seguro após a refeição.

A pesquisadora Kelli Hoover declarou na revista Science: “Quando as lagartas são saudáveis e felizes, elas sobem nas árvores durante a noite para se alimentarem de folhas, descendo posteriormente durante o dia para não serem atacadas por predadores. Quando estão infectadas pelos vírus, elas ficam desorientadas, permanecendo em cima das árvores até morrerem”.

A pesquisa demonstrou que em algumas situações, os vírus se proliferam a tal modo que o interior da lagarta “derrete”, tamanha é a infestação viral. Após caírem das folhas, elas podem infectar outras lagartas que passem por cima delas.

O gene responsável pelo efeito “zumbi” é chamado de EGT. Na pesquisa realizada, após a retirada deste gene específico, os vírus não conseguiram controlar o comportamento de nenhuma lagarta.

Vírus não são os únicos que conseguem controlar seres vivos. Recentemente foram descobertos fungos (ver matéria aqui) com a mesma capacidade de infestar o interior de formigas e controlá-las até a morte.

Fonte: Jornal Ciência

Jornais como combustível para carros

A notícia de ontem pode ser o combustível de amanhã.

Cientistas da Universidade de Tulane descobriram uma cepa de bactérias clostridia, denominada TU-103, capaz de devorar jornais velhos e produzir butanol, um substituto da gasolina.

Exemplares antigos do Times Picayune, o jornal diário de New Orleans, foram utilizados com sucesso pelos pesquisadores para produzir o butanol a partir da celulose de papel. A celulose é o material estrutural das plantas.

TU-103 é a primeira cepa de bactérias encontrada na natureza (não modificada geneticamente) a produzir butanol diretamente da celulose. Descoberta em fezes de animais, é também a única cepa que pode crescer na presença de oxigênio, uma grande vantagem, já que a necessidade de manter a fermentação bacteriana em câmaras herméticas encarece a manipulação de outras cepas.

"Essa descoberta poderia reduzir o custo de produção do biobutanol”, afirmou David Mullin, pesquisador do laboratório que realizou a descoberta, em um comunicado à imprensa da universidade.

"Além da possível economia por litro, o biobutanol de celulose reduziria substancialmente as emissões de dióxido de carbono e outros poluentes em comparação com a gasolina, e possui um impacto residual positivo”, acrescentou.

A cepa recém-descoberta pode ser usada para produzir combustível a partir de qualquer fonte de celulose, não só o papel.

"O mais importante nesta descoberta é a capacidade da TU-103 produzir butanol diretamente da celulose”, afirmou Mullin.

Os biocombustíveis de celulose são mais vantajosos que o etanol extraído do milho e da cana de açúcar. Eles não competem por terras cultiváveis, já que as plantas que contêm celulose podem se estabelecer onde outras culturas não crescem.

O butanol também é superior ao etanol em vários aspectos: não exige a modificação dos motores automotivos, é menos corrosivo e de maior octanagem. Como o butanol contém mais energia que o etanol, os carros abastecidos com butanol não consumiriam mais por quilômetro rodado, como ocorre como etanol e misturas como o E85.

Nasa identifica um planeta invisível



Os astrônomos não podem vê-lo, mas sabem que ele está lá. E o motivo de reconhecerem a presença do planeta invisível é a influência que ele exerce em seu vizinho.

"É como se alguém estivesse apertando a campainha da sua casa e, quando você vai atender, ele já saiu correndo. Você sabe que alguém esteve ali, mesmo que não possa ver", exemplifica Sarah Ballard, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, que lidera o estudo.

A constatação foi possível graças à espaçonave Kepler, da Nasa. Equipada com um observatório espacial, a estrutura cumpre a missão de detectar planetas com tamanho similar ao da Terra em órbita ao redor de outras estrelas.

Os dois planetas orbitam o sol Kepler-19, uma estrela de magnitude 12 localizada a 650 anos-luz da Terra, na constelação de Lyra. De acordo com os cientistas, se o planeta visível (apelidado de Kepler-19b e com o dobro do tamanho da Terra) estivesse sozinho seu trânsito seria cumprido sempre no mesmo intervalo de tempo, que tem uma média de 9 dias e 7 horas.

No entanto, os atrasos no cumprimento de sua órbita são constantes. A cada volta, ele chega cinco minutos antes ou cinco minutos depois. Tal variação prova, dizem os cientistas, que a gravidade de outro planeta exerce influencia em Kepler-19b.

Historicamente, o planeta Netuno foi descoberto de forma similar. Ao observarem Urano, astrônomos notaram que sua órbita não correspondia aos cálculos matemáticos. "Esse método é garantia de encontrarmos planetas que, de outra maneira, não seriam descobertos", destaca David Charbonneau, de Harvard.


Três novas espécies de morcego são descobertas no Vietnã



As três novas espécies de morcego foram descobertas ao sul do Vietnã em uma expedição do Museu de História Natural Húngaro e a ONG Fauna e Flora Internacional. Um dos animais (da foto) foi chamado de Belzebu-nariz-de-tubo graças a sua aparência demoníaca, mas o tamanho não chega a assustar.




Com hábitos noturnos e reclusos, os morcegos são pouco considerados nos estudos de regiões tropicais. Os novos mamíferos voadores foram descritos na revista especializada em Mammalogy. O nome “Belzebu” foi escolhido baseado nas escrituras bíblicas para simbolizar a coloração escura, aparência diabólica e o instinto protetor do pequeno morcego.
Como os morcegos representam quase um terço dos animais do leste asiático, os cientistas que trabalham na região lutam para catalogar e protegê-los. “As três espécies descobertas pertencem ao grupo dos nariz-de-tubo. Elas são altamente adaptadas a ambientes florestais, o que as deixa vulneráveis frente ao desmatamento da região”, diz Neil Furey, pesquisador da ONG.
Algumas pesquisas genéticas sugerem ainda que existam duas vezes mais espécies de morcegos do que se conhece hoje. Mas os cientistas não sabem os reais efeitos do desmatamento nos animais.



Nova espécie de Rinoceronte Lanoso é encontrada no Tibete


Uma espécie recém-descoberta de rinoceronte coberto de lã que viveu no Tibete a mais de 3,6 milhões de anos pode reescrever as teorias sobre a evolução dos mamíferos gigantes da Era do Gelo.
Os cientistas suspeitam que este rinoceronte liderou as mudanças ocorridas nos animais ao duro clima tibetano. Os descendentes que vieram conseguiram sobreviver ao grande congelamento, graças às adaptações sofridas e que foram originadas por este rinoceronte lanoso.
Segundo especialistas, esta mesma adaptação aconteceu com todos os outros mega mamíferos da era do gelo, como o mamute, a preguiça gigante e o tigre dente de sabre.  Uma pesquisa sugere que o platô tibetano pode ter sido um berço evolutivo para os gigantes da era do gelo.
Muita especulação tem sido levantada sobre a extinção dos mamíferos da era do gelo, mas pouco se sabe sobre suas origens, uma nova pesquisa procura explicar a origem destes animais através do estudo do crânio e mandíbula completa do “Coelodonta thibetana”, o rinoceronte lanoso que foi descoberto no sopé do Himalaia em um local chamado Bacia Zanda.
Uma característica deste animal é um chifre achatado, que poderia ter sido usado como uma pá de neve para revelar a vegetação comestível encoberta pelo gelo. Enquanto o rinoceronte estava lidando com o frio do Himalaia, a maior parte do mundo estava quente. Os continentes do norte estavam livres das enormes camadas de gelo que avançaram em grande parte do globo durante o Pleistoceno.
Uma pesquisa publicada na revista Science, especula que o Ártico e a Antártida podem ter sido um trampolim para a evolução da idade do gelo. O Dr. Wang Xiaoming, do Museu de História Natural de Los Angeles, acredita que em lugares frios como o Tibete, Ártico e Antártida, são os locais onde as mais inesperadas descobertas serão feitas, devido às grandes áreas que ainda não foram exploradas.
A equipe também encontrou restos fossilizados de uma espécie de cavalo de três dedos, o Bharal Tibetano ou “ovelha azul”, o leopardo da neve, texugos e 23 outros tipos de mamíferos. Segundo o Dr. Richard Lane, do National Science Foundation, EUA, as descobertas realizadas esclarecem a origem do rinoceronte lanudo e as adaptações feitas para o frio extremo do período do Pleistoceno e toda a mega fauna que o cercava.

Como a planta carnívora Dionéia consegue digerir suas presas?



Este tipo de planta carnívora é uma das mais rápidas entre as existentes no mundo, fechando seus lóbulos com farpas em questão de segundos, aprisionando suas presas, digerindo-as posteriormente.

Uma mosca inocente voando, e em menos de um décimo de segundo após pousar ela é a mais nova vítima da Dionéia, uma planta carnívora conhecida por ser uma das mais rápidas na captura de um alimento. O mecanismo como elas conseguem este feito não é exatamente conhecido pelos estudiosos.

A evolução deu uma “mãozinha” a este tipo de planta, pois geralmente nascem em solos extremamente pobres de nutrientes. Para não serem extintas por escassez de elementos mínimos ao desenvolvimento, desenvolveram ao longo da escala evolutiva um mecanismo de captura, atraindo através de odores específicos insetos em geral, inclusive formigas. Algumas espécies são avermelhadas por dentro, com minúsculos pontos de néctar, assim como ocorrem nas flores, para se tornarem mais atrativas a insetos voadores e polinizadores.

Uma nova pesquisa liderada pelo biofísico Rainer Hedrich da Universidade de Wuerzburg na Alemanha visa entender o mecanismo pelo qual a planta fecha e como digere suas presas, e o palpite inicial seria a atuação de um hormônio específico.

Como ela mata?

A planta possui em cada “boca”, cerca de 3 ou 4 pêlos sensores, medindo aproximadamente 0,5 centímetros. Existe um mecanismo de proteção, para que a planta não feche de modo aleatório como em casos de pingos de chuvas ou pessoas cutucando a armadilha. Somente após detectar durante 20 segundos (em média) que o movimento está sendo causado por um inseto é que a “bocarra” se fecha.

O mecanismo que a faz fechar é um pouco complexo, mas passível de explicação resumida. O primeiro toque que ocorre na armadilha de suas “bocas” libera um sinal elétrico que percorre suas células. Esta energia do primeiro toque é armazenada em estruturas específicas. Após o segundo toque, um novo sinal elétrico é gerado. Somente após a soma destes dois sinais elétricos gerados e armazenados é que a planta se sente confortável para responder ao estímulo e fechar a armadilha.

Os sinais elétricos fazem com que os átomos se movimentem e íons atravessem suas membranas das células dentro do lóbulo da armadilha. No segundo sinal elétrico, as células localizadas no centro da armadilha perdem água juntamente com os íons que fluíram das membranas celulares. Isso provoca uma maleabilidade necessária à planta, perdendo a sua rigidez normal, permitindo que as duas estruturas se fechem.

Quando a armadilha se fecha, é como se um estômago fosse formado, ocorrendo liberação de enzimas em cima do inseto, com capacidade para digerir a presa, primeiro o exoesqueleto do animal que normalmente é constituído de quitina e posteriormente o sangue, que é chamado de hemolinfa, rico em nitrogênio.

Após todo este processo, que pode durar vários dias, o que vai depender do tamanho do inseto, a armadilha se abre e o que sobra é apenas uma “casca” muito leve, que é retirada de dentro da armadilha com qualquer sopro de vento.

Os hormônios

A nova pesquisa procurou entender a função de um hormônio específico chamado jasmonato. Este composto é ligado com a função de defesa. Sendo assim, se uma lagarta tenta comer a Dionéia, o jasmonato envia sinais que permitem a produção de um veneno para se defender do ataque.

Os cientistas conseguiram produzir falsas presas e dá-las a planta. Após o fechamento, a estrutura artificial conseguiu capturar as enzimas que a planta jogou sobre o aparato formado. Ficou constatado que durante os períodos de seca, o ácido abscísico neutraliza o hormônio jasmonato. O jasmonato estimula a planta a se fechar e digerir os insetos. O ácido abscísco estimula a planta a não se fechar, neutralizando o jasmonato em tempos de baixa quantidade de água disponível em suas células, pois cada vez que a planta se fecha uma certa quantidade de água é perdida.

O pesquisador Hedrich salientou que ele e a equipe de pesquisa estão trabalhando para seqüenciar o genoma da Dionélia, para comparar com seus parentes que não se tornaram carnívoros, entendendo assim o motivo pelo qual elas evoluíram para digerir insetos. Existe uma dúvida se a planta consegue identificar que tipo de inseto tocou sua armadilha e se ela libera enzimas específicas para cada tipo de inseto ou se o coquetel digestivo é sempre o mesmo. Tal fato será esclarecido com o seqüenciamento do seu DNA.

Fonte: Jornal Ciência