Na última segunda-feira (4), a revista científica americana Proceedings of the National Academy of Science publicou um novo estudo sobre o aquecimento global. Segundo a pesquisa, a emissão de enxofre na China ajudou a conter a elevação da temperatura do planeta.
Que a China teve um grande crescimento industrial na última década todos já sabem, mas a novidade da pesquisa é afirmar que o aquecimento global foi freado devido ao enxofre emitido, por causa do aumento da queima de carvão pelas indústrias do país.
De 2009 a 2010 o ritmo do aquecimento diminuiu, mas a partir de então houve nova aceleração, este fato justifica que a década entre 2000 e 2010 foi considerada a mais quente de todas as já registradas.
De acordo com o chefe do novo estudo, Robert K. Kaufmann, da Universidade de Boston, o enxofre tem efeito de refrigeração e como a expansão econômica chinesa favoreceu emissões deste tipo, o resfriamento do planeta foi apenas uma das consequências. Entre 2003 e 2007 dobrou o consumo de carvão no país, afirmou Kaufmann.
Segundo o estudioso, a China hoje reconhece os impactos negativos do enxofre no meio ambiente e na saúde das pessoas, por isso está instalando equipamentos para filtrar as partículas deste elemento químico. Mesmo assim, a proposta de lançar partículas de enxofre para resfriar o planeta foi cogitada.
O primeiro defensor da proposta apareceu em 2006. A ideia partiu de um trabalho científico, cuja autoria era de Paul Crutzen. Ele foi premiado com o Nobel de Química em 1995 por seu estudo sobre formação e decomposição do ozônio na atmosfera.
A sugestão de injetar enxofre na atmosfera para criar nuvens que refletiriam a luz do sol e, consequentemente, diminuir o aquecimento global não foi bem recebida. De acordo com análise de Simone Tilmes, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica em Boulder (NCAR sigla em inglês) no Colorado, para que esta ação pudesse realmente reduzir o aquecimento seria necessário uma quantidade muito grande de enxofre e ainda faria desaparecer a camada de ozônio sobre o Ártico, além de atrasar a recuperação do buraco sobre a Antártica em até 70 anos.
Para a NASA e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), 2010 foi um dos anos mais quentes já registrados. Já o escritório britânico de meteorologia, Hadley Center (Met Office Hadley Centre) - um dos maiores centros de pesquisa de mudanças do clima - acredita que em 1998 a temperatura foi ainda maior.
Ambientalistas de todo o mundo chamam atenção da sociedade civil para o fato deste aumento de temperatura causar problemas ainda mais sérios que os já percebidos nos últimos tempos. Os dados alarmantes indicam que se nada for feito, o planeta Terra terá seca em várias regiões, haverá mudança no padrão de tempestades, o nível do mar aumentará e as doenças tropicais serão alastradas com mais facilidade. Com informações do Estadão e Fundação Céu.
Fonte: Ciclo Vivo
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