O Museu Nacional do Rio de Janeiro e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) anunciaram, nesta quarta-feira (16), a publicação científica de um estudo retratando 20 pesquisas inéditas de localização de fósseis pelo mundo, sendo que quatro delas tiveram participação cientistas brasileiros em São Paulo, no Maranhão e no Ceará.
Segundo Alexander Kellner, pesquisador do Museu Nacional e coordenador do trabalho, uma das pesquisas realizadas na Ilha de Cajual, no Maranhão, revelou a existência do maior dinossauro carnívoro que viveu na região. "Trata-se de um lagarto-fóssil, que foi descoberto por volta do ano de 2000. Ele viveu há 85 milhões de anos, tinha entre 12 e 14 metros de comprimento, e pesava entre 5 e 7 toneladas."
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Kellner disse que o dinossauro encontrado no Maranhão é típico do continente africano. "Também mostramos espécies localizadas no Chile, Estados Unidos, Portugal, Angola e Austrália."
Dos 20 trabalhos científicos trataram da biodiversidade do passado e inclui descobertas de novas pegadas de dinossauros na Bolívia, registros de pterossauros na África e uma nova espécie localizada e identificada na Austrália.
Além do maior dinossauro carnívoro do Brasil, entre as novas espécies encontradas no país estão um lagarto-fóssil, de 80 milhões de anos. O material foi encontrado em Presidente Prudente (SP), há três anos, segundo Kellner. O outro é um crocodilo-fóssil, de 80 milhões de anos, que viveu na área correspondente a São Paulo. O terceiro caso foi a descoberta de penas fósseis, de 115 milhões de ano, na Bacia do Araripe, no Ceará, há dois anos.
Kellner disse que apesar de as descobertas terem sido feitas há mais de dois anos, o tempo decorrido até a publicação do estudo se justifica pela necessidade laboratorial para analisar as peças encontradas. "Essa demora é normal por causa do preparo dos fósseis, que é demorado. Por exemplo, precisamos retirar o fóssil das rochas e isso é feito com ponteiras e agulhas, um trabalho minucioso, que não pode comprometer a integridade da peça", afirmou o pesquisador.
Outro fator para justificar o tempo até a publicação e ainda garantir o ineditismo do achado, Kellner disse que a fragilidade dos fósseis e o tamanho deles podem variar a conclusão da identificação das peças. "O importante é que são 20 trabalhos inéditos, que nunca haviam sido mostrados ao público e para os estudiosos sobre o assunto", afirmou Kellner.
Fonte: G1
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