Estudo revela que má qualidade da água afeta inteligência humana

O Fórum Água em Pauta, realizado pelo Portal Imprensa, em comemoração ao dia da água, que é comemorado nesta terça-feira (22), teve em sua abertura, o cientista norte-americano Christopher Eppig, falando sobre a relação entre as doenças infecciosas e o quociente de inteligência (QI).

Durante a apresentação, o pesquisador da Universidade do Novo México, nos EUA, apresentou a relação que o cuidado com a água e o saneamento básico tem com as doenças infecciosas e como essas enfermidades podem se refletir no desenvolvimento intelectual de uma comunidade.

Segundo ele, antes de ser feito o estudo “Prevalência de parasitas e distribuição da capacidade cognitiva em todo o mundo”, do qual ele é um dos autores, a variação de inteligência era relacionada somente a fatores como: clima, riqueza, educação, tipo de trabalho realizado e casamentos consanguíneos. Após o estudo, pôde-se constatar que a incidência de doenças infecciosas causadas por parasitas também está diretamente ligada ao QI.

A explicação para essa relação está no fato de que, sendo o corpo humano um dos hospedeiros para diversos tipos de parasitas, a nutrição das pessoas infectadas fica debilitada. Isso faz com que, consequentemente, o cérebro receba menos nutrientes e se desenvolva de maneira menos efetiva.

Os resultados na deficiência intelectual podem ser ainda mais drásticos se os infectados forem crianças na primeira fase da infância, principalmente em recém-nascidos, que é quando o cérebro está se formando e, por isso, precisa de mais energia.

Para que os resultados fossem comprovados, os pesquisadores investigaram os cinco continentes, tendo como base 28 tipos de doenças consideradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como sendo infecciosas. Em praticamente todos os casos o resultados foi que, quanto maior a incidência dessas doenças no país, menor será o nível médio do QI nacional. As únicas exceções foram quatro países localizados na América Latina, onde a proporção não foi a mesma que nos outros continentes. Os cientistas não souberam explicar o motivo específico dessa variação anormal, mas uma das causas pode ser a pouca ocorrência das 28 doenças ou substituição dessas por outras enfermidades não catalogadas.

“O saneamento básico é uma das coisas mais importantes que podem ser feitas”, explicou Eppig, em relação às soluções possíveis para a redução na incidência de doenças causadas por parasitas. Para o cientista, boa parte dessas doenças está associada à qualidade ruim de água ou à falta de estrutura para o tratamento de esgoto e afins. No entanto, ele lembra que essa não é a única solução e que é preciso também que os governos invistam em educação, buscando a conscientização e informação, e também em medicinas preventivas. Dessa forma não é necessário haver gastos absurdos com as doenças, se existem medidas mais baratas que impedem que elas ocorram.

O estudo mostra que esses cuidados podem elevar o desenvolvimento intelectual e isso se refletir positivamente no desenvolvimento e evolução da própria nação. O país de maior destaque na América do Sul é o Uruguai, que por conseqüência também tem o maior nível de QI. O Brasil, em comparação aos países da América Latina, está em situação mediana. Isso significa que aqui ainda ocorrem muitos casos de doenças infecciosas, que demonstram a fragilidade na estrutura de saneamento, tratamento da água e métodos preventivos em nível nacional.

Fonte: Ciclo Vivo

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