Até onde os gatos vão?

O que os gatos fazem quando os donos não estão vendo, naquelas comuns caminhadas fora de casa? E os gatos de rua, até onde eles vão? Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, fizeram um estudo durante dois anos com 42 felinos adultos, equipados com um colar contendo transmissores de rádio, para responder a essas perguntas.


Para capturar os lugares favoritos e os hábitos dos gatos domésticos e dos de rua, os pesquisadores utilizaram um sofisticado dispositivo de rastreamento e a radiotelemetria, tecnologia que usa ondas de rádio para transmitir dados específicos, como identificar localização e direção.

O limite por onde os 42 gatos caminharam totalizou um espaço de 25 km². Como era esperado, na maioria dos casos, os gatos sem dono percorreram territórios maiores e eram mais ativos ao longo do ano do que os domésticos. Mas a distância alcançada por alguns daqueles animais surpreendeu até os pesquisadores.

Um gato macho vira-lata, por exemplo, percorreu sozinho um território de 5,5 km², o maior entre os analisados. Ele foi observado em diferentes lugares, urbanos e rurais, como em gramados residenciais e universitários, campos agrícolas, florestas, etc.

Já os gatos de estimação andaram distâncias menores e ficavam mais perto de casa. A área média percorrida por eles no estudo foi de 0,02 km². Ainda assim, os autores da pesquisa afirmaram que alguns donos ficaram surpresos ao saber que seus animais estavam indo tão longe.

O mapa abaixo mostra o local onde foi feito o estudo. A linha vermelha destaca o espaço percorrido pelo gato de rua do exemplo acima, e a mancha amarela mostra o contraste da distância caminhada por um gato doméstico. A linha preta limita o espaço total percorrido pelos gatos da pesquisa.


Em relação ao tempo de atividade, o estudo descobriu também que os animais domésticos estão altamente ativos em apenas 3% do seu tempo, enquanto os de rua usam 14% do dia para atividades menos preguiçosas, como correr, caminhar ou perseguir uma presa.

Fonte: Revista Galileu

A temperatura de um dinossauro

Os mamíferos têm o sangue quente. Os répteis, sangue frio. E os dinossauros? Um pouco mais complicado saber já que eles foram extintos a milhares de anos. Só que cientistas da Caltech descobriram uma forma de sanar essa dúvida, o que é bastante importante para entender de forma mais profunda como eram esses seres.

A técnica empregada nessa experiência é usar um dente de dinossauro e nele medir a concentração dos isótopos carbono 13 e hidrogênio 18 no mineral biopatite, que está presente no dente. A presença destes dois isótopos juntos depende da temperatura do animal, sendo que quanto mais frio, maior o vínculo entre os isótopos.

Os testes foram feitos usando os dentes dos dinossauros Brachiosaurii e Camarasaurii e os resultados apontam para temperaturas corporais de 38.2 °C e 35.7 °C, o que é mais quente que jacaré e crocodilos, mais frio que aves e por volta da mesma temperatura do corpos dos seres humanos.

Os resultados apontam que os dinossauros possuíam sangue quente, mas ainda não são conclusivos. Se por um lado o fato desses animais serem enormes e por isso conterem muita carne aponta para um sangue quente, já que esse tipo de estrutura corporal tem propriedades de produção de calor, por outro, as temperaturas aferidas são menores do que qualquer previsão que já tinha sido feita. Mais testes serão necessários.

Fonte: Revista Galileu

Estudo aponta regiões do cérebro afetadas pela vida urbana

Um novo estudo, conduzido por pesquisadores da Alemanha e do Canadá, é o primeiro a mostrar que duas regiões no cérebro, que atuam na regulação tanto da emoção como do estresse, são particularmente afetadas pela vida urbana.

A pesquisa foi destacada na capa da edição atual da revista científica Nature. Segundo Jens Pruessner, da Universidade McGill, no Canadá, e colegas, os resultados poderão ajudar no desenvolvimento de estratégias para melhorar a qualidade de vida nessas áreas.

"Estudos anteriores mostraram que o risco de desenvolver ansiedade é 21% maior para pessoas que vivem em grandes cidades, as quais também têm 39% mais chances de desenvolver distúrbios de comportamento. Além disso, a incidência de esquizofrenia é quase duas vezes maior em quem vive em cidades. Esses números são preocupantes e determinar a biologia por trás dessas manifestações é o primeiro passo para remediar essa tendência", disse Pruessner.

Os pesquisadores avaliaram as atividades cerebrais de voluntários saudáveis de áreas urbanas e rurais na Alemanha. Por meio da análise de imagens obtidas por ressonância magnética funcional, o grupo observou que viver nas cidades estava associado com maiores respostas ao estresse na amígdala, parte do cérebro envolvida no controle da emoção e do humor.

Por outro lado, ter crescido em área urbana se mostrou associado com atividade maior no córtex cingulado, região envolvida na regulação do estresse.

"Os resultados sugerem que diferentes regiões no cérebro são sensíveis à experiência de viver na cidade durante períodos distintos da vida de um indivíduo. Novas pesquisas poderão esclarecer a relação entre esses efeitos e psicopatologias", disse Pruessner.

O artigo City living and urban upbringing affect neural social stress processing in humans, de Florian Lederbogen e outros, pode ser lido por assinantes da Nature.

Fonte: National Geographic

Corvos reconhecem o rosto de quem os ameaça

Uma pesquisa da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, revelou que os corvos são capazes de reconhecer um rosto de uma pessoa que represente perigo a eles, além de alertar outros do bando da ameaça.

Os cientistas realizaram experimentos com corvos-americanos (Corvus brachyrhynchos). Na primeira situação, usaram máscara de um homem das cavernas para aprisionar, vendar e libertar os pássaros. Depois, eles os pesquisadores se dividiram em dois grupos, um lado ficou com uma máscara do homem das cavernas e outro grupo com uma máscara neutra. Os corvos reagiram em massa, gralhando ao perceber a presença dos cientistas que vestiam a máscara do homem das cavernas.

Os pesquisadores notaram que, com o passar do tempo, o número de aves que reagia à máscara do homem das cavernas aumentou. Duas semanas após o início da experiência, 26% dos corvos reagiam às pessoas que vestiam a máscara ameaçadora. Após mais de dois anos, 66% das aves reagiram. Cinco anos depois, bastava o cientista sair do prédio com a máscara do homem das cavernas para que um bando de corvos começassem a persegui-lo e ameaçá-lo.

Mesmo os corvos mais jovens, que não haviam nascido quando a experiência de aprisionamento havia começado, aprenderam a ameaçar as pessoas que vestiam a máscara do homem das cavernas, copiando seus pais. John Marzluff, que coordenou o estudo, explica que os corvos aprendem de duas formas: pela própria experiência e observando os outros do bando.

O estudo foi publicado no periódico científico Proceedings of the Royal Society.

Fonte: National Geographic

Ímãs podem prevenir ataques cardíacos

Mesmo com os avanços significativos da medicina moderna o número de pessoas que sofrem ataques cardíacos ainda é considerado elevado. Estes ataques são difíceis de prever e atualmente representam a principal causa de morte em mulheres.

A baixa oxigenação nos músculos do coração pode aumentar os riscos de um infarto; e os medicamentos disponíveis para quadro clínicos como estes são restritos e apresentam muitos efeitos colaterais.

Estudo recente liderado pelo professor Rongjia Tao da Universidade de Temple – Filadélfia – expõe uma técnica mais viável e segura para diluir o sangue humano, submetendo-o a um campo magnético. Segundo Tao, este método fornece uma maneira eficaz de controle da viscosidade do sangue em um intervalo de tempo determinado.

Os pesquisadores descobriram que o campo magnético polariza os glóbulos vermelhos e os une em cadeias curtas. O líder da pesquisa explica que isto ocorre devido a maior susceptibilidade magnética da hemoglobina ao ser imersa em um campo de força. As descobertas foram publicadas na revista Physical Review. Outros estudos serão elaborados para aprimorar a técnica e identificar seus possíveis efeitos colaterais, mas até o momento os resultados são bastante positivos.

Fonte: Jornal Ciência

Anzóis com repelente de tubarões reduzem pesca acidental

Pergunte ao personagem de Robert Shaw, Quint, no primeiro filme Tubarão: fisgar um desses animais nunca acaba bem.

Felizmente, cientistas desenvolveram um novo tipo de anzol que deve reduzir o número de tubarões apanhados acidentalmente durante a pesca comercial. O anzol SMART (sigla em inglês para Anzol Seletivo Magnético Tratado com Repelente) combina duas tecnologias, o magnetismo e um metal repelente. Incorporados a anzóis padrão, eles são capazes de interferir no sentido elétrico altamente sensível dos tubarões, localizado no focinho.

Ao evitar esses anzóis, os tubarões deixariam as iscas intactas para outros peixes com maior valor comercial, como o atum, que não possui esse sentido elétrico e não será afetado pelo anzol.

Com o apoio de uma bolsa da National Science Foundation (NSF) e Small Business Innovation Research (SBIR), em 2010 o pesquisador da Shark Defense, Patrick Rice, realizou uma série de testes com cações-martelo. Eles recebiam iscas presas a anzóis normais e aos anzóis SMART, ambos sem as farpas para não machucarem os tubarões.

Um total de 50 testes com dois grupos diferentes de tubarões revelou que houve uma redução de 66% das iscas nos anzóis pequenos, usados na pesca recreativa, e de 94% nos anzóis grandes, de tamanho comercial. Os anzóis maiores foram capazes de incorporar mais magnetismo e metais repelentes, o que provavelmente contribui para a maior porcentagem de redução de iscas.

"Combinar um repelente magnético com um repelente galvânico é muito importante, já que muitos estudos demonstram que os tubarões reagem de forma diferente a ímãs ou metais isolados”, explicou Craig O'Connell em um release de imprensa da Shark Defense.

O'Connell pesquisa os efeitos do magnetismo em tubarões para a Shark Defense e publicou estudos sobre o assunto.

"Existem muitas espécies de tubarões e eles procuram presas de diversas formas”, acrescenta. "Disponibilizar dois repelentes aumenta as chances de os tubarões se afastarem”.

Fonte: Discovery Notícias

As aves possuem cores em suas penas que são invisíveis aos seres humanos

Uma pesquisa publicada na revista Behavioral Ecology mostrou que as aves possuem uma extraordinária capacidade de ver as cores que são imperceptíveis aos seres humanos.

Os cientistas já sabiam que os pássaros possuem cones de cores adicionais em seus olhos, o que permite ver uma quantidade de cores mais detalhadas. A novidade é que foi descoberta a capacidade de ver cores que os seres humanos não podem como as ultravioletas.

As teorias evolucionistas afirmam que as aves evoluíram para alcançar cores mais deslumbrantes, combinando pigmentos como a melanina (proteína que dá também a cor na pele de nós humanos), carotenóides provenientes dos alimentos amarelados ou alaranjados que eles consomem e pigmentos estruturais, como os encontrados nos olhos azuis dos seres humanos.

A pesquisa revelou que muitas aves possuem cores amarelas e vermelhas ultravioletas, que não são visíveis aos humanos, mas que outras aves conseguem ver e se identificar plenamente. “Nossas roupas eram muito sem graça antes da invenção dos corantes de anilina, mas depois a cor se tornou acessível e barata e ocorreu uma explosão de roupas coloridas, que usamos até hoje. O mesmo acontecimento parece ter ocorrido com as aves na escala evolutiva”, diz Richard Prum, professor de ornitologia, ecologia e biologia evolutiva da Universidade de Yale.

Fonte: Jornal Ciência

Descoberta espécie de dinossauro mais pequena que se conhece

Uma nova espécie de dinossauro descoberta por dois paleontólogos da Universidade de Portsmouth pode ser a mais pequena do mundo, revela um estudo publicado na revista “Cretaceous Research”.

O animal, cujo fóssil foi encontrado em Sussex, na Inglaterra, deverá fazer parte da família dos maniraptores, que inclui aves carnívoras, e teria vivido no Mesozoico, há 250 milhões de anos. O corpo deste pequeno dinossauro é semelhante ao de uma ave e mede entre 33 a 40 centímetros de comprimento.

Segundo o paleontólogo Steve Sweetman, da Universidade Britânica, esta foi uma descoberta “excitante” uma vez que se trata do “mais pequeno dinossauro descoberto até agora no registo europeu de fósseis”.

Os investigadores batizaram-no de maniraptora de Ashdown, devido às semelhanças que apresenta em relação aos maniraptores. Através da análise de uma vértebra do pescoço, os especialistas conseguiram verificar que o espécime já estava na fase adulta e que fazia parte da larga família de terópodes, que incluía todos os dinossauros bípedes e carnívoros.

O local onde foi descoberto este espécime é particularmente rico em fósseis, tendo já sido aqui encontrados restos fossilizados de salamandras, sapos, lagartos, tartarugas, crocodilos e grandes dinossauros.

Fonte: Biologias

Cientistas encontram animais de uma das espécies mais antigas do mundo

Os animais da espécie Triops cancriformi, considerados um dos mais antigos animais na face da Terra, foram encontrados na reserva ambiental de Caerlaverock, na Escócia. Pesquisadores encontraram duas colônias dos camarões de origem pré-histórica e, de acordo com o site britânico The Guardian, acreditam que possa haver mais representantes da espécie por perto.

Cientistas acreditam que estes camarões, também conhecidos como camarões-girino, fazem parte de uma das linhagens de animais mais antigas existentes na Terra e, segundo os cientistas, sofreram poucas modificações no período de 200 milhões de anos habitando o planeta.

Os camarões-girino podem chegar a 10 centímetros de comprimento e vivem em piscinas naturais de água que se formam durante a maré cheia, onde colocam seus ovos. Quando a maré baixa e a água seca, os adultos morrem e apenas os ovos sobrevivem até que a poça volte a ter líquido.

Pesquisadores da Universidade de Glasgow encontraram os animais por acaso enquanto recolhiam amostras de lama. O material coletado era seco e foi depois colocado em tanques cheios de água. Duas semanas depois, viram que no recipiente havia surgido um camarão vivo.

Biólogos acreditavam que os animais encontrados poderiam ser sortudos sobreviventes, mas a descoberta foi importante para constatar que os ovos do camarão-girino podem sobreviver por anos sem água. Além disso, a espécie tem mais uma ajudinha da natureza: ela tem órgãos reprodutores masculinos e femininos. Assim, um só ovo pode repovoar uma área inteira sozinho.

Fonte: Revista Galileu

Tubarão-Baleia: o rei dos oceanos

O maior peixe do mundo tem um nome ameaçador, mas na verdade é uma das espécies mais dóceis do oceano. O Tubarão-baleia mede mais de 40 metros de comprimento, pesa cerca de 30 toneladas, tem a pele com 10 centímetros de espessura e a boca com centenas de dentes.

Essa espécie é a única a fazer parte do gênero dos Typus; podem ser encontradas nos oceanos de todo o mundo, embora a maioria esteja nas águas das Filipinas, do Golfo do México e da Austrália Ocidental. Sua presença em nossos mares data do período Jurássico e Cretáceo; a primeira observação se deu em 1828.

Estes animais possuem largas cabeças chatas, tem a coloração acinzentada salpicados com manchas brancas. Apesar do tamanho, os tubarões-baleia se alimentam se plâncton e ovos de peixes (como relatou um recente estudo realizado com um grupo de 400 tubarões-baleia na região do Golfo do México). Durante a primavera grande parte desses animais migra para a Austrália Ocidental em busca de alimento em maior abundância.

O tubarão-baleia não representa um risco para os seres humanos, em várias regiões pelo mundo é comum tê-los como parte das atrações turísticas. Vale salientar que esta prática de entretenimento para os homens pode ser bastante prejudicial para essa espécie aquática.

Reconhecendo a importância do tubarão-baleia tanto para o turismo quanto (principalmente) para a manutenção do equilíbrio do ecossistema marinho, a caça deste animal foi proibida em países como Filipinas (em 1998), Índia (em 2001) e Taiwan (em 2007). Mesmo com iniciativas como essas, a caça predatória deste peixe ocorre de modo ilegal em diversas localidades da Ásia, com destaque para a Indonésia.

Apesar da enorme população desses animais, a União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais classificou o tubarão-baleia como vulnerável na lista vermelha dos animais ameaçados de extinção. Isso significa que a espécie pode desaparecer no futuro em médio prazo, e a principal ameaça é a pesca arpão.

Fonte: Jornal Ciência

Bolha de ar construída por aranha mergulhadora funciona como 'guelra'

A teia que aranhas mergulhadoras constroem e enchem de ar para formar uma bolha funciona como uma guelra de peixe, permitindo que os aracnídeos permaneçam embaixo da água por longos períodos de tempo, um estudo revelou.

A espécie, conhecida como Argyroneta aquatica, habita pequenos lagos e riachos de pouca correnteza na Europa e Ásia.

Elas passam praticamente toda a vida sob a água, se acasalando, colocando ovos e capturando suas presas em suas bolhas.

Em estudo publicado na revista científica Journal of Experimental Biology, cientistas mediram a quantidade de oxigênio dentro e também na área externa em torno da bolha.

Eles concluíram que a bolha funciona como uma guelra, extraindo oxigênio dissolvido na água e dispersando dióxido de carbono acumulado no interior.

O mecanismo permite que elas subam à superfície apenas uma vez por dia ou menos, em vez de a cada 20 ou 40 minutos, como se pensava anteriormente.

Experimento

As teias de seda da aranha mergulhadora são construídas em meio à vegetação subaquática.

Para encher sua "cápsula de mergulho" com ar, as aranhas usam pêlos finos presentes em seu abdômen para transportar bolhas de ar da superfície para baixo.

Para compreender com que regularidade as criaturas reabastecem suas bolhas, os especialistas em invertebrados Roger Seymour e Stefan Hetz coletaram espécimes encontrados no rio Eider, na Alemanha.

No laboratório, eles criaram um lago artificial simulando as condições encontradas em uma lagoa de água parada e rica em vegetação em um dia quente de verão.

Usando um aparelho chamado optodo, os pesquisadores mediram as diferenças em níveis de oxigênio dentro da bolha e na água em torno dela, identificando uma troca de gases semelhante à que é realizada pelas guelras de animais que respiram embaixo da água.

"Foi necessário usar os minúsculos optodos sensíveis ao oxigênio", disse Seymour. O especialista explicou que esse tipo de instrumento só ficou disponível nos últimos cinco ou dez anos.

"À medida que a aranha consome o oxigênio do ar dentro da cápsula, ela diminui a concentração de oxigênio no interior", explicou.

"O oxigênio pode descer abaixo do nível de oxigênio dissolvido na água. Quando isso acontece, oxigênio da água pode ser direcionado para dentro da bolha", explicou o cientista.
Aranha Argyroneta aquatica.

A espécie também constrói casulos embaixo d´água

"O dióxido de carbono que a aranha produz não é um problema, porque é facilmente dissolvido na água e nunca se acumula".

Nitrogênio

As aranhas mergulhadoras tem, no entanto, de lidar com um problema que não aflige animais que usam guelras para absorver oxigênio da água e eliminar o dióxido de carbono: o que fazer com os outros gases contidos no ar que carregam para o interior da bolha.

"Se você absorve um dos gases de uma mistura de gases no interior de uma bolha, a concentração dos outros gases aumenta", disse Seymour.

"O oxigênio é tirado da bolha, e como o CO2 não se acumula, isso faz com que o nitrogênio na bolha aumente em concentração".

Na medida em que o nitrogênio da bolha se dispersa, a estrutura começa a desmoronar, mas isso acontece lentamente - segundo as observações dos cientistas, o processo demora mais ou menos um dia.

"A aranha é capaz de ficar na cápsula de mergulho em dias muito quentes, quando seu metabolismo é maior? do que o normal, se a água for bem oxigenada", explicou Seymour.

Isso significa que ela não precisa retornar à superfície com frequência, evitando o risco de ser pega por predadores como pássaros.

Os períodos prolongados de mergulho também permitem que as aranhas esperem, sem ser perturbadas, pela passagem de suas presas.

Fonte: BBC Brasil

Cientistas descobrem abelha com a maior língua do mundo

Um laboratório universitário de pesquisas da Colômbia descobriu que uma espécie de abelha encontrada há seis anos em uma reserva natural do sul do país possui a maior língua do mundo entre seus congêneres.

A língua da "Euglossa natesi n.sp.", nome científico da espécie, mede duas vezes o tamanho de seu próprio corpo, segundo um relatório publicado pelo jornal "UN Periódico".

A abelha tem comprimento total de 16,88 milímetros, por isso sua língua é a mais longa até agora no mundo, destaca a publicação, editada pela Universidade Nacional da Colômbia (UN), maior centro educacional público do país.

"Este inseto é particular, pois tem a maior língua encontrada até agora, que mede mais de duas vezes o tamanho de seu corpo", destaca o cientista Rudolfo Ospina, professor do Departamento de Biologia da UN.

Ospina ressalta que a língua desta espécie é uma característica que lhe permite ter acesso a fontes de néctar que outras abelhas não podem alcançar e, de quebra, polinizar plantas diferentes das orquídeas. Segundo ele, todas as espécies do gênero "Euglossa" são chamativas pelas cores vistosas e pela língua comprida.

A publicação informa que esta abelha foi localizada em 2005 na Reserva Natural Privada Río Ñambi, situada em Barbacoas, povoado do departamento de Nariño, próximo à fronteira com o Equador, pelos então estudantes de Biologia Víctor Solarte, Alejandro Parra e Santiago Ramírez.

O entomologista Carlos Sarmiento Monroy, do Instituto de Ciências Naturais da UN, disse ao periódico que os cálculos indicam que, no mundo, existem cerca de 20 mil espécies de abelhas, das quais cerca de 5 mil têm como habitat a América Latina.

A nova espécie recebeu o nome de "Euglossa natesi" em homenagem à diretora do Laboratório de Pesquisas em Abelhas da UN, Guiomar Nates, por sua contribuição ao estudo das abelhas.

Fonte: Estadão

Formigas coloridas

Tapinoma melanocephalum é o nome científico da formiga fantasma, que tem essa denominação popular pelo fato de suas pernas e abdômen serem translúcidos. Essas formigas invadem casas, pois sua alimentação preferida são os doces – quando isso não é possível, comem insetos vivos ou mortos e a substância açucarada produzida por insetos sugadores. Alguém teve a ideia de alimentar um grupo de formigas fantasma com doces de diversas cores, assim, o alimento se aloja no corpo invisível do animal e ele muda de cor. Confira abaixo o resultado do “arco-íris de formigas”.

 Fonte: Revista Galileu

Serpentes se alimentam de serpentes?

Uma serpente é capaz de comer outra serpente que não apresenta veneno. Confira o video da National Graphic mostrando este comportamento no sul da India, em que a serpente "king cobra" se alimenta de outra chamada de "rat snake" (cobra albina).
As serpentes são répteis da ordem Squamata, sub-ordem Serpentes. As serpentes são animais que não apresentam patas, são pecilotérmicos e carnívoros. Nem todas serpentes apresentam peçonhas como acontece no video, a serpente que se alimenta de outra, possui a peçonha para matar as suas presas através do veneno. Outras se alimentam por constrição.


Fonte: Biologias

Como distinguir um dinossauro macho de uma fêmea?

Paleontólogos desenvolveram novo método para distinguir o sexo de um dinossauro.

De acordo com os pesquisadores as bases para a identificação estão nas análises das partes superiores e dos membros posteriores. A coautora do estudo Suzanne Maidment, do Museu de História Nacional em Londres, afirma que os ossos ligados músculos apresentavam diferenças na forma e no tamanho da estrutura óssea que indicam também diferenças na massa muscular.

Os paleontólogos na maioria das vezes recebem apenas um fóssil, fato que não permite comparações. Porém os últimos achados foram considerados um golpe de sorte por parte dos cientistas que descobriram numerosos vestígios do Kentrosaurusaethiopicus. Foram encontrados 50 quadris com aproximadamente 150 milhões de anos. Os cientistas afirmam que estes fósseis permitiram mostrar que a extremidade posterior dos ossos dos dinossauros adultos apresentam diferenças significativas que permitem dividí-los em dois grandes grupos.

Os fósseis de dinossauros mais jovens não se enquadram nesses grupos. Segundo os estudiosos isto significa que esses dinossauros provavelmente possuiriam características sexuais secundárias em formação. Os resultados foram publicados no JournalofVertebratePaleontology.

Fonte: Jornal Ciência

Como a radiação nuclear afeta as futuras gerações

Depois de serem expostas à radiação, mulheres podem gerar mais meninos que meninas, sugere um novo estudo.

O estudo documentou um aumento localizado na proporção de meninos e meninas nascidos depois do desastre de Chernobyl e tendências similares, relacionadas à dispersão tardia de partículas provenientes de testes nucleares realizados nas décadas de 1960 e 1970. Os pesquisadores também descobriram um número pequeno, mas ainda desproporcional, de nascimentos de meninos perto de instalações nucleares na Alemanha e Suíça.

Ainda não se sabe se a radiação interfere no esperma do pai, no corpo da mãe antes da gravidez ou no desenvolvimento do embrião. Mas como a alteração na proporção sexual pode indicar outros problemas de saúde, o estudo levanta um novo tipo de inquietações diante de eventos como o recente desastre nuclear no Japão.

"Segundo o dogma vigente, esse efeito não seria possível ou não existiria nenhum outro do gênero”, afirmou o Dr.Hagen Scherb, biosestatístico do centro de pesquisas Helmholtz Zentrum München de Munique, na Alemanha. "Agora, podemos demonstrar de forma clara que existe um efeito. E isso muda nossa percepção dos riscos da radiação”.

Alguns dos primeiros indícios que ligavam a radiação à alteração na proporção sexual entre bebês surgiram depois que das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki em 1945, apesar de os dados não serem suficientemente convincentes.

Testes posteriores com bombas e estudos com animais relacionaram a exposição à radiação a um aumento dos nascimentos prematuros e defeitos congênitos. No entanto, durante anos os registros de dados sobre nascimentos foram ignorados, à espera de análises mais aprofundadas.

Utilizando registros oficiais e abertos ao público, Scherb e sua colega, Kristina Voigt, descobriram que a proporção de nascimentos entre homens e mulheres no leste e no centro da Europa havia declinado ligeiramente nas décadas seguintes ao desastre de Chernobyl, em 1986.

Mas em 1987, segundo relataram no periódico Environmental Science and Pollution Research, houve um pico súbito de nascimentos de meninos em relação aos de meninas nesses países.

A tendência continuou em alta durante anos e só se estabilizou por volta de 2000. Nos Estados Unidos e em outros lugares, as proporções sexuais continuaram a diminuir por diversos motivos, sem sinais de ocorrências de pico até meados da década de 1980.

Em geral, a alteração foi insignificante – da ordem de menos de meio por cento -, variando entre 1,045 e 1,06 meninos nascidos para cada menina, dependendo do local e da data da análise.

Mas ao se aplicar esses dados à população inteira, calcula-se que 440 mil meninas deixaram de nascer como resultado da explosão de Chernobyl, afirmou Scherb. Os pesquisadores suspeitam que a tendência indica uma perda desproporcional de gestações femininas como resultado da exposição à radiação.

Tanto na Europa como nos Estados Unidos, o estudo também descobriu oscilações nas proporções sexuais, que refletiam a frequência de testes com bombas atômicas. Esses ecos demonstraram uma defasagem de vários anos que, segundo os pesquisadores, correspondia à dispersão tardia de partículas radioativas na atmosfera.

Como última evidência, os pesquisadores documentaram um ligeiro aumento do número de nascimentos de meninos perto de instalações nucleares na Alemanha e na Suíça, nos períodos em que as unidades estavam em funcionamento.

O estudo oferece "provas de que o nível baixo de radiação, cujos efeitos ninguém deseja, de fato produz um efeito”, garante Scherb. "E esse efeito é bastante significativo em números absolutos”.

Já foi demonstrado que a radiação ionizante – o tipo de radiação emitida por bombas e usinas nucleares – altera o sexo de drosófilas e ratos, comenta Karl Sperling, do Instituto de Genética Humana da Universidade de Berlin. Ele suspeita de que a exposição à radiação possa afetar o DNA nas primeiras divisões celulares após a concepção, um período muito vulnerável.

Se a radiação pode influenciar as proporções sexuais dessa forma, pode haver motivos de preocupação em relação a outras exposições ambientais”, acrescentou.

"Há uma necessidade urgente de estudos epidemiológicos analíticos sobre outros perigos ambientais, que podem levar à revisão das diretrizes internacionais para a segurança radiológica”, conclui.

Fonte: Discovery Brasil

Alpinistas retiram oito toneladas de lixo do monte Everest

Com a intenção de preservar a rainha das montanhas do planeta, um grupo de alpinistas realizou uma expedição de limpeza do Everest, que conseguiu retirar oito toneladas de lixo do local.

Os membros da iniciativa "Salve o Everest" subiram 8.700 metros dos 8.848 da montanha mais alta do mundo, entre os dias 22 de abril e 28 de maio, e recolheram resíduos que, em sua maioria, foram levados para Katmandu, capital do Nepal.

"Quando íamos ao exterior nos perguntavam o que faríamos com os resíduos, portanto em 2008 planejamos lançar uma expedição", afirmou à Agência Efe Wongchu Sherpa, coordenador da missão e presidente da Associação de Escaladores do Everest.

O governo nepalês aprovou em 1996 uma norma permitindo o depósito de lixo incinerável no povoado de Namche Bazaar, próximo à montanha, onde está instalado o Comitê de Controle de Poluição de Sagarmatha (nome nepalês para o Everest), órgão encarregado de queimar os resíduos.

De aspecto imaculado a princípio, o Everest esconde lixo que vai desde cilindros de oxigênio a bujões de combustível passando por latas e todo tipo de baterias, cordas e papéis. Em 2010, a missão "Eco Everest" chegou a recolher os restos de um helicóptero de uma expedição italiana de 1973.


MULTA

De fato, a maioria dos resíduos encontrados na montanha data de antes de 1996, quando entrou em vigor a regulamentação que obriga os esportistas a retornarem com todo o lixo que produzirem e impõe punições para quem descumpri-la.

A menos que tenham permissão específica da prefeitura de Katmandu ou de outras autoridades competentes, os alpinistas que desobedecem a norma devem pagar uma multa de US$ 4.000, disse à Efe Laxman Bhattarai, porta-voz do ministério de Turismo e Aviação Civil nepalês.

Segundo o membro da "Eco Everest" Dawa Steven Sherpa, as agências que coordenam as expedições internacionais também se conscientizaram, cientes de que "se não atuarem de maneira responsável, os clientes se darão conta disso e elas perderão dinheiro", ressaltou.

Porém, isso não impede que algumas expedições continuem deixando parte de seus resíduos pelo caminho, pois o sistema de controle "não é tão efetivo", lamentou Bhattarai.

Embora não esteja claro quanto lixo permanece no Everest, é cada vez maior o número de entusiastas dispostos a reduzir esta quantidade. "Até que não reste mais lixo seguiremos limpando", assegurou Steven Sherpa.

A "Eco Everest" também possui um programa de crédito de lixo, destinado a carregadores que sobem a montanha diariamente com material para montar acampamentos e retornam com as mãos vazias.

"Pensei que talvez pudessem descer com parte do lixo", argumentou Steven Sherpa, acrescentando que paga US$ 1,50 por cada quilo de resíduos.

Steven Sherpa, que chegou ao topo do Everest em duas ocasiões, acrescenta que a montanha é vulnerável e os alpinistas devem garantir que sua visita não cause um impacto negativo.

Fonte: Folha

Flamingos utilizam um tipo de maquiagem

Os flamingos adquirem sua cor rosada porque comem crustáceos, que são avermelhados. Mas cientistas espanhóis descobriram que, quando estão na época do acasalamento, tanto os machos quanto as fê-meas de flamingo usam um truque para melhorar seu visual e ficar mais atraentes: cobrem as penas com um óleo vermelho, que eles mesmos produzem na glândula uropigial (perto da cauda do animal). Depois do acasalamento, os flamingos ficam com as penas mais desbotadas - e deixam de se preocupar com isso.

Fonte: Super Interessante

Motos poluem sete vezes mais que carros

Não é novidade que os veículos automotivos comuns poluem o meio ambiente. O que boa parte das pessoas desconhece é o fato de que certas motos têm a capacidade de poluir até sete vezes mais que um carro, conforme informações da Prefeitura de São Paulo.

Desenvolver motores que reduzam a emissão de gases poluentes já é uma obrigação estipulada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente para os fabricantes. Desde 2009, tornou-se obrigatória também a vistoria de motos, para que ao menos o motor esteja sempre regulado. Porém, no ano passado das 600 mil motos registradas na capital paulista, apenas 266 mil passaram pela inspeção.

Mesmo com a fraca atuação até o momento, o padrão de motos a partir de 2009 melhorou do ponto de vista ambiental. É o que explica o coordenador do programa de inspeção veicular da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, Hélio Neves, em entrevista ao programa Respirar da rede globo.

“A partir de 2003, iniciou-se o programa de melhoramento da qualidade das motocicletas produzidas e importadas no Brasil, que não existia antes, já existia para os carros desde 1988 e, para as motos, passou a acontecer a partir de 2003. Com isso, o padrão da emissão das motos novas, que saíram a partir de 2009/2010, é bastante superior ao das que eram produzidas antes, do ponto de vista ambiental, pelo menos. Com isso, a gente espera e tem certeza que, nos próximos anos, a frota vai se renovando, e a gente vai ter, então, motocicletas com melhor desempenho do ponto de vista ambiental.”

Ele afirmou, inclusive, que a informação da prefeitura de que a moto pode poluir muito mais que o carro é baseada nos resultados do programa de inspeção veicular. “Para diversos poluentes, motocicletas emitem cinco, sete ou dez vezes mais do que os carros”, afirmou Neves.

Espera-se que até 2014 a regulamentação seja realmente cumprida. De modo que o Brasil passará a ter o mesmo nível de tolerância de países da Europa, Estados unidos e Japão. A lei Promot, de 2002 exige que a tecnologia utilizada na fabricação das motos polua o mínimo possível. Por enquanto, a prática da lei ainda é fraca.

Para o coordenador Hélio Neves a redução de emissões poluentes é simples, só é preciso regular bem o veículo, trocar as peças com a periodicidade necessária e não deixar de fazer a manutenção preventiva. Com informações do G1.

Fonte: Ciclo Vivo

Pesquisa mostra que mamutes e elefantes podem ter se miscigenado formando novas espécies

Pesquisadores identificaram uma espécie de elefante muito maior do que as conhecidas até então; a descoberta indica que os mamutes podem ter cruzado regularmente com alguns tipos completamente distintos de elefantes. Cientistas afirmam que o cruzamento entre as espécies não é improvável.

O Mamute Lanudo (Mammuthus primigenius) habitou a Terra há aproximadamente um milhão de anos. A espécie era amplamente encontrada em regiões da Europa, Ásia e da América do Norte. A extinção destes animais se deu há mais ou menos 10000 anos. O Lanudo vivia em ambientes de clima frio onde predominava a vegetação da tundra. O Mamute Colombiano, diferentemente dos demais de sua família, habitou lugares temperados do sul e centro da América do Norte.

Segundo cientistas da Universidade de McMaster, no Canadá, as duas espécies - fisicamente bem diferentes e que segundo pesquisas anteriores seriam separados por cerca de um milhão de anos – teriam cruzado. Para chegar a tais conclusões os estudiosos investigaram a evolução dos Mamutes Colombianos e a partir de análises do material genético obtido através dos dentes fossilisados encontrados no sítio em Huntington e em Utan. O material fossilizado tinha aproximadamente 11 milhões de anos; o estudo focou no DNA mitocondrial que é de origem materna.

Com estas pesquisas os estudiosos identificaram que o genoma mitocondrial do Mamute Colombiano é extremamente similar ao de outras espécies encontradas no hemisfério Norte. As descobertas das evidências genéticas confirmam os resultados de estudos realizados em laboratório. O cientista Jacob ENK acredita que o material genético encontrado revela que os vestígios encontrados pertenciam ao híbrido genético.

As conclusões apresentadas indicam que alguns fósseis de mamíferos possuem características intermediárias entre as duas espécies de mamutes. A comprovação só será possível com o sequenciamento do DNA das espécies que deram origem ao vestígio encontrado. O estudo detalhado foi publicado na revista online Genome Biology.

Fonte: Jornal Ciência

Encontrada vida multicelular a 1,3 Km de profundidade!

Novo estudo apresentada nematóide encontrado a 1,3 quilômetros abaixo da superfície da terra. Publicado na revista Nature, a pesquisa relata a descoberta de uma nova espécie de praga denominada Mephisto Haliciphalobus. O organismo é o primeiro multicelular vivo identificado em locais profundos.

Os cientistas trabalhavam na busca por formas de vida subterrânea há mais ou menos 15 anos. O estudo foi concentrado em regiões de minas ultra profundas da África do Sul. A profundidade destas minas pode atingir cerca de 3 quilômetros.

Os nematóides identificados tinham aproximadamente 0,5 milímetros. Para encontrá-los os cientistas analisaram amostras de água dos poços localizados nas minas com profundidade de 3,6 quilômetros. Os pesquisadores também investigaram amostra do solo que circundavam os poços.

Com o auxílio destes estudos os cientistas demostraram que a vida tem raízes mais profundas. O Mephisto é um nematóide com 10 vezes o tamanho de um organismo unicelular, as bactérias são base da alimentação destes organismos. Este nematóide foi identificado na mina de ouro Beatrix e apresenta estrutura simples. Quando foi descoberto o organismo estava vivo e era completamente capaz de se reproduzir.

Não foi encontrada nenhuma evidência da presença destes seres em águas superficiais ou no solo, indicando desta forma que estes são nativos de rochas profundas. A partir de análises químicas, os cientistas descobriram que este nematóide surgiu há pelo menos 2900 anos.

Para os pesquisadores as recentes descobertas devem incentivar os estudos que procuram vida abaixo da superfície da terra. Segundo Michael Meyer – cientista chefe para a exploração de Marte da NASA – a descoberta de vida pluricelular em regiões profundas abre possibilidades na procura por vida extraterrestre.

Fonte: Jornal Ciência

Mais dois elementos químicos na tabela periódica

Após mais de dez anos de pesquisa, um comitê internacional de químicos e físicos anunciou oficialmente que mais dois elementos foram adicionados à tabela periódica. São eles os ultra pesados elementos 114 e 116, que com massas atômicas de 289 e 292, respectivamente. Momentaneamente, receberam os nomes de ununquadium e ununhexium, mas suas denominações definitivas ainda serão definidas.

Com a descoberta, feita por cientistas russos do Joint Institute for Nuclear Research, da cidade de Dubna, uma mudança importante ocorreu na tabela periódica: roentgênio e copérnico, que eram os elementos mais pesados até então, com massa atômica de 285 e 272, perderam seus postos para os elementos 114 e 116. Lembrando que a massa atômica é a soma do número de prótons e nêutrons do núcleo de um átomo.

Tanto 114, quanto 116 são radioativos. Eles existem apenas por menos de um segundo, antes de perderem massa e assim decaírem para elementos mais leves. Seguindo a progressão da tabela, o elemento 116 decai para o 114, que por sua vez se transforma em copérnico.

Todos estes elementos são artificiais, ou seja, não são encontrados na natureza e foram produzidos pelo homem, em laboratório. Todo elemento químico com número atômico (que é o número de prótons em seu núcleo) maior que o do urânio, que é de 92, é artificial. Esses elementos têm como característica serem radioativos e decaírem em até frações de segundos em substâncias mais leves.

Como exceção a regra de que elementos com número atômico maior que 92 não são encontrados na natureza, alguns traços efêmeros de neptúnio e plutônio pode ser encontrados no minério do urânio.


Pesquisa. Os estudos acerca desses elementos contam com mais de uma década. No ano de 1999, cientistas russos bombardearam o isótopo 244 do plutônio com cálcio 48 e assim produziram um único átomo de 114, que logo decaiu. Foram necessários dez anos de estudos e três de revisões para que a International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC) e a International Union of Pure and Applied Physics reconhecessem, no dia 1 de junho, os elementos como oficiais.

Diversos estudo sobre elementos que seriam o 113, 115 e 118 já foram apresentados ao mesmo comitê que oficializou 114 e 116. Os cientistas afirmam que os indícios são bons, mas ainda não encaixam em todos os quesitos para serem declarados novos elementos químicos.

Nomes. Os cientistas russos sugeriram os nomes de flerovium para o elemento 114, em homenagem ao químico russo Georgy Flyorov, e moscovium para o 116, em referência clara à capital do país.

Fonte: Revista Galileu

Humanidade está perdendo batalha contra superbactérias, dizem especialistas

A incidência de infecções resistentes a drogas atingiu níveis sem precedentes e supera nossa capacidade atual de combatê-las com as drogas existentes, alertam especialistas europeus.

A cada ano, mais de 25 mil pessoas morrem na União Europeia em decorrência de infecções de bactérias que driblam até mesmo antibióticos recém-lançados.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a situação chegou a um ponto crítico e é necessário um esforço conjunto urgente para produzir novos medicamentos.

Sem esse esforço, a humanidade pode ter que enfrentar um “cenário de pesadelo” global, de proliferação de infecções incuráveis, de acordo com a OMS.

Um exemplo é a superbactéria NDM-1, que chegou à Grã-Bretanha vinda de Nova Délhi em meados de 2010, trazida por britânicos que fizeram tratamentos médicos na Índia ou no Paquistão.

Em outubro passado, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou o controle sobre receitas médicas de antibióticos, na tentativa de conter o avanço da superbactéria KPC, que atacou principalmente em hospitais.

Água contaminada

A resistência das superbactérias a antibióticos mais fortes causa preocupação entre os especialistas. Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no País de Gales, que identificaram a NDM-1 no ano passado, dizem que as bactérias resistentes contaminaram reservatórios de água de Nova Délhi, o que significa que milhões de pessoas podem ter se tornado portadoras do micro-organismo.

A equipe do médico Timothy Walsh coletou 171 amostras de água do solo e 50 de água de torneiras em um raio de 12 km do centro de Nova Déli, entre setembro e outubro de 2010.

O gene da NDM-1 foi encontrado em duas das amostras de torneira e em 51 das amostras de água do solo.

Isso se torna mais preocupante porque, segundo a equipe de Walsh, o gene se espalhou para bactérias que causam diarreia e cólera, doenças facilmente transmissíveis através de água contaminada.

“A transmissão oral-fecal de bactérias é um problema global, mas seu risco potencial varia de acordo com os padrões sanitários”, disseram os pesquisadores em artigo no periódico científico Lancet Infectious Diseases. “Na Índia, essa transmissão representa um problema sério (porque) 650 milhões de cidadãos não têm acesso a vasos sanitários, e um número provavelmente maior não tem acesso a água limpa.”

Descoberta ‘preciosa’

Os cientistas pedem ação urgente das autoridades globais para atacar as novas variedades de bactérias e para prevenir epidemias globais.

A diretora regional da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab, disse que “os antibióticos são uma descoberta preciosa, mas não lhes damos valor, os usamos em excesso e os usamos mal. (Por isso), agora há superbactérias que não respondem a nenhuma droga”.

Segundo ela, ante o crescimento no número de viagens internacionais e de trocas comerciais no mundo, “as pessoas precisam estar cientes de que, até que todos os países enfrentem (o problema das superbactérias), nenhum país por si só estará seguro”.

Autoridades sanitárias britânicas dizem estar monitorando a NDM-1, que, segundo registros oficiais, já contaminou 70 pessoas no país.

Fonte: BBC Brasil

Formas de Poluição na Água

As principais formas de poluição que afetam as nossas reservas de água, são classificadas em  biológica, térmica, sedimentar e química.

Poluição biológica: resulta da presença de microorganismos patogênicos (bactérias, vírus, protozoários, vermes); especialmente na água potável.
1- Doenças transmitidas diretamente através da água:

  • cólera
  • febre tifóide
  • febre paratifóide
  • desinteria bacilar
  • amebíase ou desinteria amebiana
  • hepatite infecciosa
  • poliomelite.
2- Doenças transmitidas indiretamente através da água:
  • esquistossomose
  • fluorose
  • malária
  • febre amarela
  • bócio
  • dengue
  • tracoma
  • leptopirose
  • perturbações gastro-intestinais de etiologia obscura
  • infecções dos olhos, ouvidos, garganta e nariz.
Poluição térmica: ocorre frequëntemente pelo descarte nos rios, lagos, oceanos, de grandes volumes de água aquecida usada no resfriamento de uma série de processos industriais. O aumento de temperatura causa três efeitos:
  • A solubilidade dos gases em água diminui como aumento da temperatura. Assim há um decréscimo na quantidade de oxigênio dissolvido na água, prejudicando a respiração dos peixes e de outros animais aquáticos.
  • Há uma diminuição do tempo de vida de algumas espécies aquáticas, afetando os ciclos de reprodução.
  • Potencializa-se a ação dos poluentes já presentes na água, pelo aumento na velocidade das reações.

Poluição sedimentar: resulta do acúmulo de partículas em suspensão. Esses sedimentos poluem de várias maneiras:
  • Os sedimentos bloqueiam a entrada dos raios solares na lâmina de água, interferindo na fotossíntese das plantas aquáticas e diminuindo a capacidade dos animais aquáticos de vir e encontrar comida.
  • Os sedimentos também conduzem poluentes químicos e biológicos neles adsorvidos.
Poluição química: é talvez, a mais problemática de todas as formas de poluição aquática, é causada pela presença de produtos químicos nocivos ou indesejáveis. Seus efeitos podem ser sutis e levar muito tempo para serem sentidos. Os agentes poluidores mais comuns são:
  • Eutrofização: fertilizantes agrícolas são arrastados pela irrigação e pelas chuvas para os lençóis subterrâneos, lagos e rios. Eles contêm principalmente os íons NO3- e PO4-3. Quando os fertilizantes e outros nutrientes vegetais entram nas águas paradas de um lago ou um rio de águas lentas, causam um rápido crescimento de plantas superficiais, especialmente das algas, que tornam as águas tóxicas. À medida que essas plantas crescem, formam um tapete que pode cobrir a superfície, isolando a água do oxigênio do ar, levando à morte dos peixes e outros animais aquáticos. É o fenômeno conhecido como floração da água e torna reservatórios de água potável (lagoas, lagos,...) imprestáveis para o uso.
  • Compostos orgânicos sintéticos: o aumento da produção industrial de compostos orgânicos sintéticos: plásticos, detergentes, solventes, tintas, inseticidas, herbicidas, produtos farmacêuticos, aditivos alimentares etc - muitos desses produtos dão cor ou sabor à água e alguns são tóxicos.
  • Petróleo: estima-se que aproximadamente 6 milhões de toneladas de petróleo são despejadas no mar a cada ano, uma parte devido a acidentes no embarque e desembarque desse minério nos navios. O derramamento de petróleo no mar acaba causando a morte de grandes quantidades de plantas, peixes e aves marinhas.
  • Compostos orgânicos e minerais: o descarte desses compostos pode acarretar variações danosas na acidez, na alcalinidade, na salinidade e na toxicidade das águas. Uma classe particularmente perigosa de compostos são os metais pesados (Cu, Zn, Pb, Cd, Hg, Ni, Sn, etc), muitos deles estão ligados a alterações degenerativas do sistema nervoso central, uma vez que não são metabolizados pelos organismos produz o efeito de bioacumulaçao: quanto mais se ingere água contaminada, maior o acúmulo destes nos tecidos do organismo.
  • Esgoto: Certos resíduos de esgoto são regularmente lançados ao mar. O esgoto é potencialmente prejudicial à saúde, nadar em águas poluídas pode causar distúrbios desagradáveis, como gastroenterites, irritação cutâneas e infecções de ouvido, nariz e garganta. Uma pesquisa nos Estados Unidos constatou que em média 18 em cada 1.000 pessoas que se banham em águas poluídas adoecem.
  • Bifenóis policlorados e o meio ambiente: Os bifenóis policlorados (PCBs) são produtos químicos complexos usados na indústria elétrica. Podem tornar-se extremamente perigosos se penetrarem na atmosfera por isso seu uso está sendo reduzido. Contudo, eles atingiram o ambiente marinho e agora são encontrados no corpo de muitos animais. Qundo é absorvido por um animal o PCB não é eliminado de seu corpo, permanecendo nele. Esse produto químico pode reduzir a resistência do corpo a doenças, diminuir a capacidade de aprendizagem das crianças, danificar o sistema nervoso central, causar câncer e afetar os fetos.

Principais Agentes Contaminantes

Petróleo: A contaminação de água pode ser acidental como é o caso de alguns derramamentos de petróleo, entretanto, muitas vezes são despejadas substâncias tóxicas por ignorância ou desinteresse. Os hidrocarbonetos espalhados no mar provêm não só dos derramamentos acidentais com suas tristementes batizadas “marés negras”, mas dos petroleiros que limpam seus depósitos despejando na água mais de 1% de sua carga. Com o passar do tempo, a quantidade de produtos derivados do petróleo jogada no mar é de vários milhões de toneladas. As embarcações a motor também colaboram com derramamentos de várias espécies de hidrocarbonetos. Os derramamentos de petróleo são responsáveis pela morte de milhões e milhões e milhões de seres vivos. Algas, plancton, espécies variadas de moluscos, peixes, aves e mamíferos marinhos.

Poluição Térmica: Determinados processos industriais utilizam grandes quantidades de água em reservatórios ou como refrigeradores o que aparelha como resultado uma notável alteração em sua temperatura natural. Modificar a temperatura da água é também outra forma de alterar o ecossistema e é denominado poluição térmica. O aumento da temperatura das águas, traz maior demanda bioquímica de oxigênio.

Chuva Ácida: Normalmente pode se considerar que a água da chuva é neutra, entretanto, a utilização de combustíveis fósseis, libera na atmosfera terrestre dióxido de carbono e dióxido de enxofre. Ao chegar a certos níveis de concentração, estes gases misturados com a chuva acidificam a água provocando consequências negativas para os organismos que dependem dela. A chuva ácida destrói a vida dos lagos próximos das áreas industriais e produz enormes danos em algumas espécies de árvores.

Radioatividade na Água: A existência de radiotividade natural na água não tem incidência ou efeitos nocivos na saúde por tratar-se de níveis muito baixos, em troca a contaminação por resíduos radioativos lançados ao mar, afundamento de arsenais nucleares, explosões atômicas submarinas ou fugas radioativos em geral pode ter conseqüências gravíssimas. A radioatividade é altamente cancerígena e não tem sabor, cheiro ou cor.

Mercúrio na Água: As baterias locais contêm mercúrio, uma das fontes mais perigosas de poluição ambiental. A bateria descarregada que hoje jogamos no lixo, leva 70 anos para se decompor. O mercúrio e seus derivados são altamente tóxicos e absorvidos em doses importantes produzem uma intoxicação que afeta o aparelho digestivo e o sistema nervoso.

Nos últimos anos, os fabricantes de baterias tentaram reduzir a porcentagem de mércurio de seus produtos. Atualmente a proporção de mercúrio que leva cada unidade é ínfima, mas se considerarmos as quantidades de baterias que são consumidas diariamente veremos que as cifras em escala mundial são verdadeiramente preocupantes. Só nos Estados Unidos, uma média de 2300 milhões de baterias são trocadas por ano. Em 1991 foi lançada a venda da primeira bateria livre de mercúrio mas na maioria dos países não há campanhas de informação que permitam com que o público consumidor saiba quais são as suas opções.

Biodegradabilidade: O mar tem uma enorme capacidade autodepuradora e é um meio desfavorável para o desenvolvimento de microorganismos patógenos, entretanto o derramamento de águas residuais urbanas e detritos industriais ao chegar a um certo grau de concentração deterioram essa capacidade. A natureza por si mesma realiza um processo de biodegradação através de bactérias, mas se a concentração de substâncias supera certos limites, a biodegradabilidade da água já não é possível e as águas não podem se regenerar, sendo necessário o sue tratamento em plantas depuradoras.

Fonte: Portal São Francisco

Poluição nos Mares

Cerca de 77% dos poluentes despejados vêm de fontes terrestres e tendem a se concentrar nas regiões costeiras, justamente o habitat marinho mais vulnerável, e também o mais habitado por seres humanos.


Segundo a Agenda 21, o meio ambiente marinho caracterizado pelos oceanos, mares e os complexos das zonas costeiras formam um todo integrado que é componente essencial do sistema que possibilita a existência da vida sobre a Terra, além de ser uma riqueza que oferece possibilidade para um desenvolvimento sustentável (Cap.17.1).

Mas apesar da imensidão, as águas marinhas existentes no globo vêm sofrendo muito com a poluição produzida pelo homem, que já atinge inclusive o Ártico e a Antártida, onde já se apresentam sinais de degradação. Devido ao grande volume de suas águas, os mares e oceanos há muito tempo vêm sendo usados como depósitos de detritos. É difícil saber a quantidade exata de poluentes lançados ao mar, pois todos os dias, os mares recebem toneladas de resíduos – alguns tóxicos, outros nem tanto.

Cerca de 77% dos poluentes despejados vêm de fontes terrestres e tendem a se concentrar nas regiões costeiras, justamente o habitat marinho mais vulnerável, e também o mais habitado por seres humanos. A população que mora no litoral ou nele passeia nos finais de semana e feriados é uma das grandes responsáveis pelo lixo que acaba se depositando no fundo do mar. Produzimos cada vez mais lixo e nos descartamos dele com uma velocidade cada vez maior.

Um estudo feito pela Academia Nacional de Ciências dos EUA estima que 14 bilhões de quilos de lixo são jogados (sem querer ou intencionalmente) nos oceanos todos os anos. Não é à toa que as descargas de detritos urbanos produzam efeitos tão nocivos.

Plástico - produzimos vários tipos de lixo, mas a grande praga dos mares é o plástico. O material tem uma vida útil curtíssima, mas demora centenas de anos para se desfazer, seja no mar, seja na terra. E, dentro do estômago de um bicho marinho, pode fazer um grande estrago, levando-o até à morte. Para uma tartaruga, por exemplo, um saco plástico boiando na água pode parecer uma água-viva – ou seja, comida.

Ocupação desordenada - mas o lixo não é o único problema enfrentado pelos oceanos. A ocupação desordenada do litoral está criando outro tipo de poluição: a ambiental, caracterizada pela destruição das restingas e manguezais na costa e pela poluição crescente das praias. No próximo século, estima-se que 60% da população mundial estará vivendo em áreas costeiras, o que significa um número ainda maior de hotéis, casas e lixo nas praias e no mar.

As regiões estuarinas, os manguezais, os corais e as baías são os locais de procriação da grande maioria da fauna marinha. São nestes locais que principalmente camarões e centenas de espécies de peixes de potencial alimentar humano se reproduzem e criam. Justamente aí, nestes riquíssimos ambientes marinhos é que estão os maiores efeitos da poluição, pois é onde são despejados diretamente os resíduos tóxicos das cidades ribeirinhas, das inúmeras industrias e da agricultura, inclusive muitas vezes trazidos de grandes distâncias por rios que deságuam nestes locais.

Esgoto – o esgoto (industrial e doméstico) constitui uma das grandes ameaças para a vida marinha e para quem vive no litoral porque age como um fertilizante. O esgoto leva para o mar grande quantidade de matéria orgânica, o que acaba contribuindo para uma explosão do fitoplâncton – uma explosão que, não por acaso, é conhecida por "bloom". A vida microscópica cresce de forma desordenada, prejudicando os outros microorganismos marinhos, que ficam sem espaço, sem oxigênio e sem nutrientes. Um dos exemplos mais conhecidos do bloom é a chamada maré vermelha, que resulta da proliferação dos dinoflagelados – um tipo de fitoplâncton que contém pigmento vermelho. Os dinoflagelados produzem substâncias tóxicas que podem causar a morte.

O esgoto também carrega para o oceano diversos organismos nocivos como bactérias, vírus e larvas de parasitas. Metade do peso seco do lixo humano é composto por bactérias. Delas, um grupo em particular costuma ser apontado como o grande vilão: os coliformes fecais. Tanto que são empregados como indicadores do nível de poluição das praias. Pelo menos 30% das praias brasileiras tem mais coliformes fecais do que deveriam – um sinal de que tem esgoto demais por ali.

Petróleo - a poluição dos mares e das zonas costeiras originada por acidentes com o transporte marítimo de mercadorias, em particular o petróleo bruto, contribui, anualmente, em 10% para a poluição global dos oceanos. Todos os anos, 600.000 toneladas de petróleo bruto são derramadas em acidentes ou descargas ilegais, com graves consequências econômicas e ambientais.

Dos acidentes com petroleiros, que infelizmente não são raros, os mesmos derramam, quase sempre, enormes quantidades de petróleo que, flutuando e alastrando-se progressivamente, formam extensas manchas negras. São as chamadas marés negras, de efeitos altamente destruidores, provocando uma enorme mortandade na fauna (aves marinhas, peixes, moluscos, crustáceos, etc.). A difusão do oxigênio do ar para o mar é também afetada (e vice-versa). Além disso, o petróleo adere as brânquias de peixes e outros animais marinhos, impedindo trocas respiratórias adequadas e matando-os por asfixia.

Quando as marés negras atingem as zonas costeiras, os seus efeitos tornam-se ainda mais catastróficos. Além de destruírem a fauna e a flora com elas em contato, provocam enormes prejuízos à atividade pesqueira e tem um forte impacto negativo na atividade turística, já que os resíduos petrolíferos, de remoção difícil, impedem durante muito tempo a utilização das praias.

Para o grande número de acidentes com petroleiros contribuem decisivamente o envelhecimento da frota mundial (cerca de 3000 navios têm mais de 20 anos) e a deficiente formação profissional das tripulações. Apesar da existência de múltiplas instâncias jurídicas destinadas à protecção do meio marinho, a verdade é que a lógica do lucro imediato tem conduzido a um comportamento irresponsável por parte de numerosas empresas e armadores do setor.

Também nas operações de lavagem dos tanques dos petroleiros em pleno oceano são derramadas enormes quantidades de petróleo, que, não raramente, originam autênticas marés negras. Embora atualmente tal operação em pleno mar seja proibida, é natural que se continuem a cometer abusos, dada a dificuldade de fiscalização.

Metais pesados - devemos ainda citar o caso de despejo de metais pesados no mar, altamente tóxicos para os seres vivos, que têm a tendência de se acumular nas cadeias alimentares, aumentando a concentração a cada estágio.

Os poluentes dos mares decorrem da convergência dos principais vetores econômicos na zona costeira brasileira, demandando forte infra-estrutura de apoio logístico para a produção e a circulação de mercadorias. Isso, aliado à ausência de uma política urbana integrada às demais políticas públicas, se reflete em grandes concentrações urbanas pontuais ao longo de um litoral onde menos de 20% do municípios costeiros são beneficiados por serviços de saneamento básico e drenagem urbana (Agenda 21).

Vale ressaltar que cinco das nove regiões metropolitanas brasileiras se encontram à beira-mar e que metade da população brasileira reside a menos de 200 km do mar. Esse contingente gera cerca de 56 mil toneladas por dia de lixo, e o destino, de 90% desse total são lixões a céu aberto, que contribuem para a poluição de rios, lagoas e do próprio mar (Agenda 21).

Apenas recentemente alguns programas governamentais tem-se voltado para a melhoria das condições sanitárias da costa-brasileira, principalmente em regiões que contam com potencial de desenvolvimento do turismo. No entanto, dada a magnitude dos problemas, será necessário o esforço continuado ao longo das próximas décadas para reverter os impactos observados (Agenda 21).

Fonte: Ambiente Brasil