Plástico: um risco a vida das espécies marinhas


Além da caça predatória, das mudanças nas temperaturas aquáticas e do lançamento de dejetos no mar, as várias espécies marinhas e algumas aves têm mais um desafio para garantir sua sobrevivência: o crescente acúmulo de lixo sólido nos oceanos, decorrente dos altos índices de poluição.

A humanidade produz anualmente uma média de 260 milhões de toneladas de plástico, deste montante 0,25% são eliminados nos oceanos. Chegando ao mar, este material é atraído e arrastado pelas correntes marítimas desde a Antártida até a Groenlândia. As correntes levam o lixo sólido, na maioria das vezes, para uma região próxima a Califórnia e ao Havaí; a localidade é conhecida como Grande Lixão do Pacífico.

Segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas, por hora são despejados no mar cerca de 680 toneladas de resíduos sólidos e 70% é composto por plásticos. O plástico, um polímero derivado do petróleo, não é biodegradável e apresenta um quantidade de toxinas extremamente superior as encontradas na água salgada. Seus efeitos nocivos já levaram a extinção de 272 espécies marinhas.

Devido à força das correntes o lixo sólido pode ser dividido em pequenos pedaços e confundir os animais durante a alimentação; as principais vítimas são as espécies de tartarugas marinhas e o Albatroz. Estudos desenvolvidos por biólogos da Academia de Ciências da Califórnia em conjunto com a Universidade de Colúmbia Britânica demonstraram que mais de 74 corpos estranhos foram encontrados na análise gastrointestinal de uma Tartaruga Verde, dentre os objetos encontrados 4 deles eram tipos distintos de balões de látex.

Na foto está o conteúdo encontrado dentro do estômago de uma tartaruga marinha
jovem capturada acidentalmente na costa da Argentina

Animais como a tartaruga e o albatroz se alimentam de algas, moluscos e medusas e durante a ingestão acabam engolindo pequenos objetos que compõem o lixo sólido. Este material prejudica o sistema digestivo dos animais que são impedidos de absorver devidamente os nutrientes e acabam morrendo de desnutrição. Um vídeo amplamente divulgado no site de relacionamentos YouTube, mostra a realização de uma necropsia no estomago de um Albatroz. Durante o processo, a bióloga retira 5 tampinhas de garrafa, 1 pedaço de tela e 1 caneta.

Diversos países estão tomando iniciativas para reduzir a quantidade de plástico lançada nos oceanos, como é o caso da China, Tailândia e da África do Sul que já proíbem o uso de saco plástico não retornável. Mesmo assim muita coisa ainda precisa ser feita para evitar maiores perdas na biodiversidade marinha.

Fonte: Jornal Ciência

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